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terça-feira, 30 de junho de 2015

Happily Ever After


Há uns dias, a minha amiga Belga deu-me este 100 days notebook. Fiquei apaixonada por ele. Aliás, fiquei com imensa vontade de o escrever. Mas é tão bonito que nem me apetece ver lá palavras escritas. Vou ocupá-lo com o quê? É difícil afastar-me de um tema romântico e piegas quando o próprio notebook nos conduz, através das páginas e das frases que tem inscritas, para uma história de amor. Não que eu não tenha uma. Mas não sou, certamente, uma princesa. Seja como for, desperta a fantasia em todos aqueles que lhe pegam. Tresanda a magia. Eu não tresando a magia mas tenho um cantinho muito aceso neste coração que aparenta ser preto. Sou uma parola, vá. Choro com filmes românticos e, embora não me preocupe com o felizes para sempre, gosto desse conceito. Na capa, o notebook tem escrito o seguinte: My whole life seemed to start and end with you. Decidi ir à procura duma pirosice que escrevi, em 2010, para o meu namorado. É impressionante como, cinco anos depois, não sou capaz de alterar nenhuma palavra. E parece-me uma excelente maneira de começar a escrever este notebook, que makes your wish come true with fairy magic.

A esperança nunca existiu e a espera de nada servia. O calor aumentava e fazia o corpo suar à medida que a ansiedade derretia. As unhas roídas, começavam agora, a transformar-se num vício. Aquilo que eu pensara ser nervosismo, transformou-se em amor. Nem as palavras mais intensas o sabem descrever. Mergulhada na ignorância dos sentimentos, senti necessidade de me libertar de algo que não era meu. Parece impossível desejar tanto a liberdade de algo que não nos pertence e, provavelmente, não pertencerá. Aos poucos e em pouco tempo, apercebi-me de que o meu sistema nervoso detectara falhas irremediáveis. Dias depois, acusei o sistema digestivo devido à volta ao mundo em oitenta dias por parte do meu estômago. Fiz o meu próprio diagnóstico e dele não excluí nenhuma conclusão. Não pedi ajuda à medicina pois o meu orgulho ultrapassava qualquer doença ou simples indisposição. Os neurónios transformaram-se em fogo-de-artifício e, nas veias repletas de vibração, o sangue tanto circulava como parava. No tempo. No espaço. Na vida. O incompetente do coração abrandava a cada olhar para o infinito, o intocável. Aguardei pela morte, gritei por ela e, por instantes, ela apareceu, vestida de um vermelho tão forte como o do meu coração. Tentei seduzi-la mas ela desapareceu entre as trevas da minha mente. Já nada funcionava em mim. A ilusão era o único prazer que me restava. Então, armei-me de força e coragem e, sem me dar conta, iludi-me. E como foi bom iludir-me no mar verde dos teus olhos e na paz angustiante que me transmitias. Não demorou para que o meu corpo e a minha sanidade mental se recuperassem. Afinal, eu não precisava do diagnóstico. Precisava da cura. Deixei a ilusão de parte e envolvi-me no maior dos prazeres. Suguei todo o veneno doce que tinhas para oferecer. Na tentativa de te dar algo em troca, parti à procura do maldito botão que oferece oxigénio às células e elimina os resíduos. Renasci. E fiz questão de fazer uma grande alteração: coloquei-te em cada canto do agora competente coração. Alimentei-me de ti e continuo a fazê-lo. O teu oceano fez a Terra tremer. E mesmo sendo exagerado tomar-te como ocenano, és, de certeza, a gota de água, a gota de sangue e até a lágrima que faltava na minha vida. Atingi o intocável. O mais alto dos altares. Não tu. Mas os dois como um só.

Isa Mirtilo, versão 16 anos

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Fui às compras!
























Qual a primeira coisa a fazer quando se chega a casa? Ir com a mãe às compras. Aturá-la. E ela a mim. Foi um dia exclusivamente dedicado ao calçado, embora nenhuma das duas estivesse para aí inclinada. Fomos ver uns trapos e acabámos com quatro pares de calçado em casa. Hoje só vos vou falar daquilo que comprei para mim. Já tinha ido à Inside várias vezes mas nunca me apaixonei pelos artigos. Mas estas alpargatas foram excepção. Andava com vontade de comprar umas mas não encontrava padrões que realmente gostasse. Foram estas as escolhidas. Achei as palmeiras tão fofas! Além disso, são a combinação de três cores que adoro: o preto (indiscutível), o verde menta e o rosa pálido. Funcionam como um apontamento de cor naqueles dias de preto total. Apesar de calçar o 37, tive que comprar o 38 porque calçam muito pequeno. Estavam em saldo e custaram 8.99€ 11.99€. Comprei as sandálias na Seaside. Acho que umas sandálias pretas dão sempre jeito. Acabei de me aperceber que todas as minhas sandálias são pretas. Ai, e eu a pensar que já não era preconceituosa com as outras cores. Vamos ter que mudar isto. A verdade é que elas ficam bem com tudo. Complementam qualquer roupa. Gostei destas por serem simples e terem apoio atrás. Confesso que mal as vi pensei: aquela corrente vai desaparecer. Mas quando as experimentei, até gostei de ver. Pelo menos, não é dourada! E sempre lhes dá outro brilho. O preço também me convenceu. Também estavam em saldo e custaram 14.99€ 29.99€. E foram estas as minhas singelas compras. Depois mostro-vos as sandálias da minha mãe. Adoro-as mas não consigo andar um dia inteiro nas alturas. 





domingo, 28 de junho de 2015

Sumo Detox


Pronto!Já está tudo terminado. Agora só falta esperar pelas notas. Infelizmente, as pessoas que também estão na faculdade sabem que, muitas vezes, as notas não dependem só de nós. Enfim. Not giving a shit at this moment. Estou oficialmente de férias! Está um calor desgraçado aqui na terrinha. Mas está no país todo portanto não tenho direito a queixar-me. Nem dá vontade de comer. Cá em casa, tenho mais facilidade em fazer sumos. Tenho centrifugadora e liquificadora. No Porto, tenho que me desenrascar com a picadora e com a varinha mágica sempre que me apetece um batido. Nesta altura, troco os lanches por sumos. A criatividade tem que estar sempre em crescimento senão acabamos por beber sempre a mesma coisa. Ontem, fiz um dos meus preferidos. Fui colher framboesas à horta e, como tinha melancia, pensei logo em juntá-las. Saibam que não sou uma expert nestas coisas mas tenho vindo a aprender cada vez mais. Todos sabemos que os frutos silvestres são excelentes antioxidantes. Juntei-lhe mais umas coisinhas e ficou perfeito. Fiz na liquificadora. E rendeu um litro. Apesar da melancia ter imensa água, fica sempre papa. Portanto, acrescentei água fresca para não ficar tão espesso. Também faço outra versão com legumes. Costumo acrescentar bróculos ou couve branca. O sabor acaba por ficar bastante idêntico. Espero que tenham ficado com vontade de experimentar. Não é nada complexo. E, além de saber bem, faz bem!

Ingredientes
1 taça de framboesas
1 taça de melancia
1 colher de café de chia
1 colher de café de goji
Folhas de hortelã
Algumas gotas de limão
Meio copo de água fresca



sábado, 27 de junho de 2015

Animais e pessoas estúpidas



Certamente já viram ou ouviram falar do vídeo que anda para aí a circular. Não vou ser eu a encaminhar-vos para ele. Longe disso. E vou tentar fazer uma descrição muito breve para depois poder desenvolver as minhas ideias. Há uma aldeia no concelho de Vila Flor cuja tradição se chama Queima do Gato. Claro que não é literal, pensam vocês. É um ritual simbólico. Pensamos todos. Pois bem. Aliás, mal. Não é. A tradição passa por prender um gato no cimo de um poste/árvore e...queimá-lo. Não se enganem. Vivo. Não vi o vídeo. Só vi uma imagem que é, para mim, uma amostra já significativa da brutalidade que ali praticam. Eu podia perguntar: o que é que se passa na cabeça das pessoas? Mas não vou. Porque não quero saber. Porque não é de agora. Porque tenho medo que nada vá mudar. Nem sei o que dizer. Ou então, sei demasiado bem. Custa-me imenso. Imaginem o vosso animal num cenário macabro destes. Levado a cabo por seres humanos. Humanos? Desde quando maltratar um animal só para obter prazer e folia é humano? Não são só os touros que sofrem porque sim. Estas atitudes só me fazem, cada vez mais, odiar a nossa raça. Esta raça tão racional e desenvolvida. Que nasce já plena de inteligência e capacidades. Que merda de raça é esta? Matem animais. Comam-nos. Não sou fundamentalista ao ponto de dizer que não como carne. Mas não os matem porque ficam excitados. Não os torturem para depois irem dormir descansados. Não os queimem vivos! Não façam disso uma festa. Não façam disso a maior diversão do mundo, seus cabrões. Cobardes. Bichos. Bichos da mais baixa base hierárquica. Morrei. Morrei vós, ó pessoas! Tomai-lhes o sofrimento na pele, na carne. Morrei e morrei já porque nem quero ouvir falar nos vossos nomes. A população da aldeia já veio dizer que usam o mesmo gato todos os anos. Que o gato não morreu. Que "está bem bonito". Que é só queimar o pêlo portanto não faz mal. Comentem vocês. Sinto demasiado nojo para isso. A GNR já abriu um inquérito judicial. Vamos lá ver se a lei que saiu há pouco tempo está "mortinha" para ser aplicada. Espero que sim. Que sejam condenados. Mas, às vezes, tal é a horta como as couves. Por mim, a "tradição" passava por ensaio de porrada aos intervenientes. Mas isso sou eu. Que não alimento compaixão por pessoas estúpidas e bárbaras.

Depois, há cães assassinados em massa. Há galos torturados. Há as touradas. Há namorados que espancam a gata da namorada. Há namoradas que fazem ultimatos aos namorados: o cão ou eu. Jogos de prazer humano. Não vos chega sodomizarem-se uns aos outros? Relativamente aos animais de estimação: se não gostam deles, não os tenham. Se não têm condições, não os tenham. Se não têm um pingo de amor e consciência, não os tenham. Se não têm tempo, não os tenham. Não me choca nada que não gostem de animais. Mas mantenham-se nesse limite. Não o ultrapassem. Não criem vinganças.

Agora vou trocar o ódio pelo amor. Quem quiser ter um cão ou um gato (ou qualquer animal), não se esqueçam que é um ser que vai precisar todos os dias de atenção, carinho, dedicação e comida. Eu adorava poder cuidar de todos os animais que me aparecem à frente. Mas acho que se todos (todos = os responsáveis e amorosos) cuidarmos, pelo menos, de um animal, já estamos a contribuir para um causa maior. Não queiram este ou aquele cão porque é de raça ou porque é bonito ou porque o catano. Há tantos (tantos, tantos) animais para adoptar. Porquê escolher um animal se jamais escolheriam um filho? Pode ser uma opinião um pouco extrema mas qualquer Bobi ou Tareco merece aquilo que temos para dar. Eu só tenho condições para ter uma gata. Acolhi-a. É a gata mais chata do mundo mas eu adoro-a. Entrou na minha vida no momento certo. É ela que me anima quando estamos sozinhas. É por ela que percorro todos os hipermercados à procura de promoções para que possa comer a melhor comida. Pode parecer ridículo mas é uma realidade. Não é só uma gata. É minha companheira. Estou aqui a escrever e ela está deitada aos meus pés. Descansada. Como se nada lhe pudesse acontecer. Sinto que sente a minha protecção. E sinto que gosta de mim, nem que seja da maneira mais irracional de sempre. Protejam os vossos animais. Não deixem que sejam protagonistas do "atirei o pau ao gato". Ou o lume ao gato. Amem-nos, incondicionalmente. 

terça-feira, 23 de junho de 2015

É hoje!



É hoje que volto para casa. Não vou lá há mais de um mês. Acho que nunca estive tanto tempo no Porto sem voltar para a santa terrinha. Não tenho saudades daquele fim de mundo. Nem daquelas pessoas que se metem na vida dos outros porque não se encontram na delas. Mas tenho saudades da família. Dos amigos. Aqueles que lá estão. De casa. Do meu quarto e da minha cama. Dos gatos rafeiros que já têm mais dois bebés. Ainda não os vi. Segundo a minha mother, um é preto e outro é malhado. Devem ser uns rebeldes. Aqui a gata princesa, que só fica em casa, nem os vai conhecer. Tenho saudades da minha avó. De me adorar e de me odiar. Dos gritos dela. Dos meus. Dos dela. Dos meus. É difícil saber quem ganha a guerra de palavras entre nós as duas. Já está tudo preparado para ir embora. Quase tudo. Ainda vou dar uma limpeza à casa para depois estar quase três meses sem ser ocupada. Não me julguem. Precisava de uma mala maior para levar tanta tralha. Só assim é que percebo que não uso metade da roupa que tenho. E estou sempre a precisar de roupa nova. Ai, pois, que fútil. So what. Nunca sei se devo cá deixar os casacos. Irei precisar deles? E as botas? Para quê? Que estúpida. Já andei de botas no verão. Tempos demasiado darkside em que sandálias eram para meninas. Embora eu fosse uma. Que saudades das minhas extensões cor-de-rosa. Ou não. Se estão na mesma situação que eu, sabem que o frigorífico deve ficar desligado. Assim como a água e a luz. Mas há sempre comida lá dentro. E não a queremos estragar, certo? Ou andamos uma semana a comer tudo à lambão. Ou não compramos nem mais uma fatia de fiambre porque sabemos que vamos embora. Ou armamo-nos em banco alimentar e despejamos a comida em cima dos nossos amigos. Como o Joãozinho me vai ajudar a levar a mala e a gata até à estação, já sabe que lhe vão calhar na rifa espinafres e polpa de tomate. Entre outras coisas. Vou pagar 7€ para levar a gata no autocarro. Tenho mesmo que comentar isto? Aí vem o velho do restelo dizer "vocês não querem é pagar nada". Pois não. Quando 50% do bus vai vazio, adorava não ter que pagar um lugar à minha gata de 2kg. Obrigada. Já para não falar do aumento em 3€ do bilhete ao longo de dois anos. Já nem o cartão de estudante me safa. Amo-te país. Como não pretendo ficar sem internet ao passar no meio da montanha, já vou carregada de episódios de Orange is The New Black. E assim se faz mais uma viagem rumo a casa.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

I'm Back!

Eugène Grasset - Anxiété 1897


Estou de volta. Só tenho pena de não ter tido a oportunidade de dizer, há uns dias, I'll be back, como o outro. Mas vá, já cá está estou. Tive que me ausentar para me concentrar no que me faltava fazer para a faculdade. Ainda tenho. Mas agora já não custa. Eu sei que ninguém me perguntou nada. Mas tinha que escrever essa justificação. Nem que fosse só para mim. Novidades? A gata anda cheia de calor. Nem lhe digo que podia ser persa e ter o dobro do pêlo. Acho que não aguentava o choque. Eu também ando a suar por todos os poros, algo que não é de costume em mim. Esta última semana aproximou-se bastante do inferno, tal e qual como o retratamos. Mas a cidade do Porto é sempre capaz de nos surpreender. E chove neste preciso momento. Ai que sono! Estou prestes a sair de casa para ir carregada de tralha a uma avaliação importante. E chove. Chove. Chove. O meu guarda-chuva é dos mais fofos e bonitos do universo. Mas não vale a ponta dum corno. Cada vez que o uso, parte-se uma haste. Hoje vai ficar em casa. Graças a mim, tenho uma capa para a chuva. Daquelas que depois se enfia toda para dentro de um bolso. Easy. E pronto. Desejem-me sorte se estiverem por aí. Hoje à tarde vou actualizar as minhas leituras blogueiras para saber o que o mundo anda a fazer. Até já!

quarta-feira, 17 de junho de 2015

MOSCHINO e a Idade da Pedra


Andava eu a fazer scroll down no meu facebook (como quem não tem mais nada para fazer - piada do ano), quando me deparo com umas ilustrações de personagens de Game Of Thrones vestidos por grandes marcas (ver aqui). Como na internet uma coisa leva à outra, fui cuscar o site da MOSCHINO. Não tenho nenhuma peça da marca já que muitas delas pagavam um ano das minhas propinas. Adiante. Encontrei colecções muito loucas. Adorei, sobretudo, a secção que diz Cheap&Chic. A minha alma de pobre pensou logo: é aqui que pertenço. Mas não. Uma saia que compro por 10€, custa 500€. Mas deixemos isso para outra conversa. As peças são claramente inspiradas na idade da pedra. Nos Flintstones, pronto. Na Wilma e na Betty para o público feminino. Padrões selvagens, acabamentos pseudo rasgados, ossos, correntes e banda desenhada. Fiz uma selecção de peças dessa colecção que usaria com todo o gosto. Eu até delirava por terem descontos no site. Mas nem assim. Não tem mal nenhum olhar/sonhar pois não?

terça-feira, 16 de junho de 2015

Estou cansada

Renoir Woman with a cat 1875
As aulas já acabaram. Que alívio. Nem por isso. O semestre ainda vai viver durante as próximas duas semanas. Ao contrário do meu amigo Snow, que talvez já esteja cadavérico em 2016. Deixemos essa tristeza de lado e passemos para outra: estou cansada. Aquele cansaço que já está entranhado nos ossos. Aquele cansaço que nos leva a dizer, perante as mil e uma coisas ainda por fazer, fuck this shit. Mas não tenho essa coragem. Sou uma pessoa bastante organizada mas a preguiça adora ser a minha melhor amiga. O que é que a faculdade me ensinou? Que por mais trabalho que tenhamos feito, temos outro tanto para fazer. Nada é suficiente. A não ser que queiramos ser suficientes. Mas queremos ser bons, certo? Muito bons também não dá. Não nos deixam. Já está muita coisa feita. Aquilo que falta, confesso-vos: deixei mesmo para última. Precisei de me concentrar em cada coisa de cada vez. Caso contrário, os resultados não seriam os mesmos e ia ficar com a lágrima no canto do olho. Agora faltam-me, ao todo, 12 dias para mergulhar num estado profundo de concentração. Como já não tenho que definir prioridades, basta-me atingir os objectivos aos quais me propus. Ai, que palavras tão finas para aquilo que tenho que fazer. Estou cansada. Estou cansada. Não estou nada. Não posso estar. Estou a desesperar. E não. A minha mão vai ter que arranjar vontade própria. Tenho que a fazer divagar pela imensidão de folhas brancas que me aguardam. Riscos e rabiscos que me conduzam a algum lado. Tenho tempo. O tempo é essencial nesta etapa. Alguém me ajude a dizer não à procrastinação. Não. Não. Não. Três vezes. Tenho que limpar a casa para depois me ir embora. Não! Olha o trabalho. Estava a brincar. Mas o saco do aspirador tem que ser trocado. E se fosses lavar os pincéis? Olha os cocós na areia da gata. Se não fosses burra, já tinhas feito render ao vídeo. Calhava mesmo bem um prato de comfort food. Pois era. E um relatório feito também. Levanto-me subtilmente e vou à varanda dar um berro. Ninguém me ouve, cá no alto da montanha. Da cidade, quero dizer. Não fez eco. Talvez o eco more apenas na minha cabeça e se transforme em divagações. Estou eu e a gata. Estou cansada. Mas não posso estar. Não agora. Não no fim de uma meta tão importante para mim. A partir de hoje, tenho as mangas arregaçadas. Fazer a massa. Cozer o pão. Prová-lo vai ser muito bom. Trabalho feito. E férias. Merecidas. Done. Miau.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Ilustração | Stanley Chow


Stanley Chow é um ilustrador inglês. Começou por trabalhar como ilustrador na área da moda. Mais tarde, começou a revelar a sua paixão por caricaturas. É, hoje, um dos mais conceituados ilustradores no Reino Unido. O seu trabalho envolve desenho vectorial. Usa-o como meio para caricaturar celebridades ou personagens. Com a imagem fixa na sua cabeça, começa a acentuar os traços mais evidentes de cada pessoa. O objectivo é retratá-las com o menor número de linhas e formas. Se necessário, adiciona outros elementos para que a imagem, no seu todo, se assemelhe a um cartaz. Se antes sentia necessidade de desenhar à mão aquilo que pretendia, hoje em dia já ultrapassou essa fase. As suas caricaturas são criadas, maioritariamente, no Adobe Illustrator (programa que uso e quem me dera ter o poder que ele tem haha). Espero que gostem da seleção que fiz e reconheçam algumas das caras que estamos habituados a ver na...tv? No PC, pronto. Para sermos mais tecnológicos e reais.

 Inception | Dexter
 Amy Winehouse | David Bowie
 Daenerys | Tyrion
 Stanley Kubrick | Blondie
 Superman | John & Jackie Kennedy
Led Zeppelin | Mad Men

sábado, 13 de junho de 2015

Pessoas sem cara

René Magritte The Pilgrim 1967
Costuma-se dizer que a nossa cara é o nosso cartão de visita. Aceito isso até um certo ponto. Não podemos julgar ninguém por nos julgar num primeiro momento. O nosso rosto é, de facto, a primeira informação que as pessoas guardam. Examinam-nos ao pormenor antes de abrirmos a boca. Podemos passar no teste. Podemos chumbar. E isso deve-se apenas à nossa aparência. As pessoas decidem se querem gostar de nós. Ou não. Se esse factor começar a roçar o preconceito, então esqueçam. Então já não concordo com nada disso. Acredito que o poder da palavra seja bem maior que uma cara feia ou bonita. As relações vão-se desenvolvendo. E, se forem humanas e verdadeiras, haverá um momento em que não importa se somos o antes ou o depois da Fiona. Aquilo que somos despidos de roupa e pele acaba por ser a única coisa que guia os outros.  Isto resulta muito bem com as amizades. Quem quer amigos não os deseja assim ou assado. Penso eu. Até porque um amigo, mais cedo ou mais tarde, nos vai dizer coisas horríveis acerca do nosso aspecto. Se o nosso orgulho não for cocó, vamos adorar sabê-las. Mas não vou ser hipócrita. Acho que isso não funciona quando estamos, supostamente, apaixonados por alguém que não conhecemos. Não acho que seja, de todo, fútil dizer que começamos a gostar de alguém porque é bonito. Esse bonito é o nosso bonito. Não é uma lei universal. Nunca será. Quem feio ama, bonito o acha. É o que a minha avó costuma dizer. Não falo daqueles casos em que as pessoas se conhecem há séculos e descobrem que se amam. Isso não tem nada a ver com beleza. Falo de mim, por exemplo. Que não conhecia o meu futuro namorado. Se não o achasse o pedaço de xixa mais belo do universo, nunca teria falado com ele. Tive sorte. O lado de dentro revelou-se igual ao de fora. Ou melhor. Irritam-me as pessoas que não conseguem admitir uma coisa tão simples como um estímulo. Chemistry works.

Mas já me perdi. Não era sobre isso que queria falar. Queria falar da minha experiência em relação a alguns blogs. Não devo ser a única que, quando entra num blog faceless (como o meu), se põe a imaginar como será a pessoa que vive na sombra de tantas palavras. Acho fascinante pôr a nossa imaginação à prova. Começar a criar essas pessoas na nossa mente apenas pelas pequenas pistas que nos vão dando. O que veste, o que come, o que gosta, o que sente, etc. Acaba por ser um jogo onde somos obrigados a criar personagens. Só que estas são reais. Somos, por natureza, seres curiosos. Portanto vivemos na expectativa de lhes conhecer o rosto. Mas não é, no meu caso, para poder elevar aos céus ou criticar como um diabo a pessoa em questão. Longe disso. Serve apenas como comparação entre aquilo que imaginamos e aquilo que existe e é real. As pessoas sem cara não são apenas as que vivem enterradas em segredos e frustrações. As pessoas sem cara são, muitas vezes, pessoas cansadas de a ter. Ou, contrariamente, pessoas que a desejam ter. As pessoas sem cara podem, um dia, desenhar uma.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Sapatos Masaya Kushino

Os sapatos podem ser o amor da vida de muita gente. Para outros, os sapatos cumprem apenas o seu lado útil. Se conseguíssemos aliar esses dois lados cada vez que compramos calçado, não tinhamos tantas desilusões. Quem é que nunca comprou os sapatos mais lindos do mundo e nunca conseguiu andar com eles? Continuam lá na sapateira à espera de nada. Por outro lado, há aqueles sapatos (sandálias, botas, etc.) que já atingiram a terceira idade e continuam a ser usados. Gostámos tanto deles que somos incapazes de os abandonar. Dá-los seria uma vergonha. Atirar com eles ao lixo?Nem pensar. O valor sentimental já atingiu proporções sem medida. Eu, por exemplo, tenho as minhas "botas da tropa" há anos. As novas não conseguiram ocupar-lhe o lugar. Trazem consigo o maior das confortos. Não as consigo trair. Claro que para isto acontecer, aquilo que compramos deve ter alguma (muita) qualidade. Enfim. É neste contexto que vos trago algumas das criações do designer de calçado Masaya Kushino. Não. Jamais usaria os sapatos que cria. Primeiro, o meu nível de excentricidade é baixo. Segundo, o meu equilíbrio também não é muito bom. Terceiro, não tenho dinheiro. Portanto, quero que olhem para eles como se fossem obras de arte. Porque é assim que os considero. Há uma fusão entre sapatos e arte. Olho para eles e já não vejo sapatos. Vejo outro objecto. Outra vida. E várias personagens.



quinta-feira, 11 de junho de 2015

A Young Doctor's Notebook

Sabem quando começam a ver uma série porque apareceu numa miniatura no site pirata preferido?E foi mesmo naquele momento em que não havia nada para fazer? Foi assim que descobri a série A Young Doctor's Notebook. Feliz e estranhamente juntou Daniel Radcliffe (Harry Potter) e Jon Hamm (Mad Men). São, respectivamente, a versão jovem e a versão mais velha da mesma pessoa. De um médico. Estamos na Rússia e assistimos à vida destes dois homens, que são só um. Viajamos entre 1917 e 1934. Não lhe sabemos o nome nem sabemos o porquê de ter ido, depois de terminar o curso de medicina em Moscovo, para um hospital no meio do nada. Lá encontra apenas duas enfermeiras e um funcionário. Os poucos doentes que atendem, vivem na ilusão de que todas as doenças se tratam com uma simples gota de...algo. O jovem médico terá que testar, na prática, todos os seus conhecimentos. E vai aprender que nem tudo se encontra em enciclopédias e livros. Claro que tudo isto é uma viagem ao passado. Porque nós nos encontramos em 1934, ao lado do seu "eu" mais velho. Um "eu" que revive as experiências anteriores com algum arrependimento. Isto porque foi lá atrás que começou a usar morfina. Este opioide que faz parte de um mundo desesperante. Um vício. E andamos de cá para lá e vice versa na tentativa de entender melhor as suas escolhas. É fácil chegarmos a algumas conclusões quando assistimos aos diversos episódios que aconteceram no hospital no cu de judas. Dou razão aos Mundo Cão quando cantam, na sua música Morfina: (...) que me faça vir na graça do seu picar. Realmente, a morfina alivia a dor física. A emocional também mas depois vira-se contra ela, com o objectivo de a acentuar.

Embora retrate a tragédia russa da época, armando-se de momentos históricos, a série também tem uma enorme dose de comédia. Negra, claro. É fantástico assistir aos momentos "e agora faço o quê?" de um promissor jovem médico. Além disso, faz-nos sentir a dualidade que existe entre "nós" e o "nós" futuro. As conversas que daí resultam. A oposição de duas idades que ora se ajudam, ora se censuram. O abuso de morfina faz-nos perceber o isolamento, o desespero e a falta de autocontrole. São oito episódios que nos cansam por uma boa razão. Que quase nos deixam com os olhos vermelhos, as olheiras roxas e a cara pálida. Como eles. Ou seja, como ele.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Ode ao Joãozinho

Toulouse-Lautrec A la Mie 1891


Ao meu amigo Jony,

Eu e o Joãozinho fomos a um concerto do David Guetta há uns tempos e...gostámos. E temos vergonha de dizer que gostámos porque somos duas bestas que não querem admitir que se tornou um guilty pleasure. O Joãozinho esqueceu-se do compasso em casa no dia do exame de geometria. O Joãozinho já limpou vomitado meu das sapatilhas. O Joãozinho tinha um segredo e contou-mo. Assim como fez com todos os outros segredos. Se as pessoas ouvissem as nossas conversas, declaravam-nos doentes mentais. Se os tempos fossem outros, íamos directos para a fogueira. O Joãozinho andava sozinho. Sentou-se ao meu lado. Eu sentei-me ao lado dele mas, na aula seguinte, fui para a frente. O Joãozinho não tinha barba. Sentia-se triste. Agora exibe-a. O Joãozinho perdeu o inho. O João foi os meus olhos. Foi o meu magusto sem castanhas. Foi uma tela em branco que ajudei a pintar. Se foi uma escultura, o mérito é dele. O João tinha frio e aquecia as mãos no aquecedor. Comigo. O João foi o meu único fantasma que me aturou quando todos os fantasmas estavam longe. O João parecia um zombie pela manhã. Eu também. O João tinha umas calças de bombazine castanhas...e não se lembra. O João quase foi cientista mas agora é artista. O João e eu criámos um dicionário. Uma língua só nossa. Códigos indecifráveis que ainda hoje usamos. O João caiu da falésia. Voltou. Ajudei a curá-lo. Que remédio. O João soltou-se. Ainda bem. Eu e o João ficávamos sentados, em qualquer lado, horas e horas. O João, há dois dias, disse-me: Às vezes, era só preciso estarmos ali, juntos, a ver o mundo passar, mas cagámos em tudo, construimo-nos. Não havia ninguém no mundo mais tímido que nós. Mas também não havia ninguém mais forte, mais corajoso, mais bota prá frente. Eu, o João e as outras cabras andávamos quase 1km para ter quarenta e cinco minutos de educação física. Parávamos no hospital para beber leite. Nem vou explicar. Chegávamos ao ginásio. Era podre e com cheiro a madeira, cheiro a suor. E depois insultos trocados entre todos. Imaginem-me a mim e ao João a jogar futebol. Não. Não era bonito de se ver. O João e eu comíamos na cantina. Caso contrário, o almoço seria pizza no tasco ou panike no quiosque. O João foi ingrato. Eu desculpei-o. Escreveu-me uma carta. Tão pirosa. O Joãozinho, o João, o João Turma, o João R. , o João Ferrão e o Jony 91 são apenas uma pessoa. Uma daquelas que eu mais gosto no planeta. Embora nós tenhamos um planeta só nosso. Eu e o João somos como aqueles casais que já não fazem sexo. Já nada nos surpreende. Nada nos espanta. Nada nos atinge. Contamos tudo um ao outro. Tudo, nem que demore algum tempo. E sem papas na língua. Não há meias conversas. Ou é ou não é. Continuamos a fazer asneiras. A voltar a fazer asneiras. Há sempre aceitação. Nunca nos vão ver a apontar o dedo um ao outro. É uma amizade livre de julgamentos. Tudo é permitido. Só não vale ter arrependimentos.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Medos Irracionais

Todos temos medo de alguma coisa. Esses medos ou receios podem resultar de traumas, memórias, histórias, etc. Mas também podem ser simplesmente irracionais. Podem ser reacções a estímulos. Podem ser fruto de uma imaginação fértil. Podem ser pensamentos vazios que se preenchem com imagens terríveis. Os medos podem ser concretos. Reais. Ou podem não existir em estado físico. Vivem na nossa mente e, de vez em quando, lembram-se de nos chatear. Eu tenho medo a algumas coisas. Fico tão perturbada que me esqueço da minha existência. Transformo-me num bicho assustado e inconsciente. Aqui ficam alguns dos meus maiores medos. Se partilharem algum, avisem-me!

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Reign Outfits

Há uns tempos fiz um post sobre os vestidos maravilhosos que fazem parte do guarda-roupa da série Reign (ver aqui). Como já tinha referido, adoro o modo como modernizaram e alteraram a roupa renascentista.Deram-lhes novos cortes, amenizaram os volumes e abusaram de todo o tipo de acessórios. Acessórios estes que temos vindo a usar recorrentemente. Como adoro a série e matava para ter alguns dos vestidos (ou todos), decidi ir à procura de peças que me ajudassem a criar alguns outfits inspirados nas ladies. Além disso, foi também uma tentativa de animar a minha amiga Citrina, que também gosta de Reign. Anda muito em baixo e precisa de ser elevada e inspirada para voltar a sonhar! Por enquanto, basta-me o vislumbre de me imaginar assim pois não sei em que ocasiões usaria estes conjuntos. Se tiverem alguma ideia, digam-me! Pode ser que um dia combinemos uma festa temática!Espero que se encantem por este reino.

domingo, 7 de junho de 2015

Xixi de canto

Cheiros. O meu nariz sofre de sensibilidade extrema. O meu olfacto nunca me obedece. Obriga-me a cheirar coisas que não quero cheirar. Ainda o cheiro está a duzentos metros e eu já estou com moléculas odoríferas alapadas nas narinas. Nem os pêlos me conseguem ajudar. Se se tratar de um odor primaveril e intenso, segue-se um sequência de "atchins". Os olhos lacrimejam, o ranho aumenta e os lenços de papel diminuem. Caso de trate de odores nojentos e repugnantes, nem a boca/garganta se salva. Tapar o nariz não acalma a vontade de vomitar. O que não é, de todo, a melhor solução. Mais cheiro?Não, por favor. Assim sendo, declaro guerra às mil e quinhentas árvores com florzinhas cintilantes, às oliveiras, às flores giras nos canteiros, aos perfumes insuportáveis nos elevadores, aos cremes de corpo que deixam rasto, aos sprays, ao fumo de lareira, ao fumo de tabaco e ao ar condicionado. Declaro guerra ao cocó de cão no chão, às ervas daninhas mijadas, ao cheiro não tomo banho há anos no metro, às wc's públicas, aos restaurantes que só cozinham peixe frito e sobretudo, sobre mesmo tudo, ao xixi de canto com graffiti do símbolo da anarquia.

É dos cheiros mais reconhecidos na minha base de dados. Há, em todas as cidades, vilas e aldeias, um canto assim. Um canto, uma esquina, uma linha onde dois planos decidiram intersectar-se, que cheira a mijo. Podemos facilmente imaginar um ser humano a marcar, ali, o seu território. O xixi de canto não escolhe sexos. Pode ser um homem, com o bicho de fora. Este tem, normalmente, uma mão apoiada na parede. A outra, usa-a para fazer desenhos com o seu líquido divino. Pode ser uma mulher, com o rabo ao léu. Esta encharca, normalmente, os pés com mijo. Se tiver vestido calças ou collants, a tarefa complica-se. O equilíbrio é posto à prova. Pés bem assentes enquanto as mãos repuxam tudo o que é tecido. Mas calma. Vamos continuar com a minha teoria. Depois desta descrição visual, falemos de símbolos. Os cantos podem ter variadíssimas tags, rabiscos ou amoteh pipa 25/02/2010. Mas aquilo que mais têm, em quantidade, são os "ás" revoltados da anarquia. Imaginem o cenário bélico: mijada expressiva que desliza pela parede e escorre pelo chão, símbolo mal ou bem feito da anarquia, uma ou duas ervas daninhas daquelas que cheiram mal e, finalmente, o conhecido fuck the system. Acaba por se revelar algo bastante poético. Um manifesto. Um acto de revolta. Um vou mijar na vossa cara. Um poema visual que vive do nojo. Quando vos cheirar a xixi de canto, reparem se algum pseudo anarquista ali passou. E já agora, não pratiquem o xixi de canto mesmo que a anarquia seja a ordem!


sábado, 6 de junho de 2015

Sabonetes Ach Brito

A Ach Brito é uma empresa portuguesa que fabrica sabonetes. Apresenta uma grande variedade, tanto nas fragrâncias como no design dos invólucros. Sou fanática por sabonetes. E estes estão de acordo com as minhas exigências: 1. cheirar bem; 2. ser bonito. Tenho uma pequena colecção de sabonetes da A.B (e da Confiança, também). Estão dispostos em prateleiras, felizes por serem apenas decoração. Nunca os utilizei. Não os quero estragar, sei lá. Até podia guardar apenas a embalagem. Mas não é a mesma coisa. Perdia a alma, o volume e o cheiro. Existem várias linhas de produtos. Do mesmo modo, existem preços para várias carteiras. Podem ser encontrados na loja da fábrica em Vila do Conde, em drogarias, hipermercados ou outras lojas. A Vida Portuguesa tem, praticamente, todas as colecções.














Contudo, uso regularmente a linha Cuidados Essenciais. O preço é bastante acessível (cerca de 1.10€ cada um) e os resultados cumprem o objectivo. Há seis diferentes e cada um desempenha a sua função. Eles são:
  • Leite de Cabra - o leite de cabra é conhecido pela sua eficácia relativamente ao melhoramento da pele. É um excelente hidratante e adequado a todos os tipos de pele.
  • Própolis - tem propriedades fungicidas que actuam na pele oleosa, ajuda a purificar os poros e a diminuir o acne.
  • Aloé Vera - é destinado à pele sensível pois regenera e cicatriza, ao mesmo tempo que hidrata.
  • Alcatrão - é um óptimo regenerador portanto é indicado para as descamações da pele. Pode ser utilizado no cabelo, para cuidar do couro cabeludo e intensificar os fios.
  • Pedra Pomes - é produzido a partir da mistura do óleo de côco com pedra pomes em pó. Além de ajudar com as calosidades, é um bom esfoliante.
  • Leite de Amêndoa -  é o mais hidratante devido ao óleo de amêndoas. É ideal para lavar o rosto pois deixa a pele bastante suave.

Devo dizer que já experimentei todos. Actualmente, estou apenas a usar o de Pedra Pomes e o de Leite de Amêndoas. O primeiro uso, semanalmente, como esfoliante para o rosto. Se quiserem experimentar, não andem lá a esfregar o sabonete à maluca. Tem uma textura idêntica à pedra pomes e pode irritar a pele se formos muito agressivos. Basta passar na superfície, fazendo apenas um pouco de pressão. Caso se magoem, apliquem com os dedos. Digo-vos que a pele fica realmente limpa. Consigo ver os poros livres de porcaria. Também costumo passar nas pernas, antes de fazer a depilação. O segundo uso para lavar a cara de manhã e à noite, antes do tónico e do creme hidratante. Além de cheirar super bem, a pele fica com aspecto de rabinho de bebé. Vou variando com o de leite de cabra, que tem efeitos semelhantes. Todos eles são alternativas a outros produtos mais prejudiciais. E então, usam ou já usaram algum?

sexta-feira, 5 de junho de 2015

A T-shirt é a Lenda


Há uns tempos comprei esta t-shirt numa feira. Despertou-me o interesse por estar sempre a precisar de camisolas curtas para andar com os calções, calças e saias de cinta subida. Como não gosto de andar com "as fraldas enfiadas", convém que o limite da parte de cima encaixe, harmoniosamente, com a de baixo. Sou daquelas pessoas incapazes de usar roupa com frases quando não sei o que significam. Ou quando não fazem sentido, de todo. Só para terem a noção do meu ódio, vou-vos contar um pequeno episódio. Certo dia, vejo, a um colega meu, uma t-shirt dos Incubus. Apesar de não gostar muito dele, perguntei, entusiasmada: gostas deles?? Ao que a criatura me responde: de quem?é uma banda? Ai senhor do paraíso da música, ia-me dando um ataque. Continuando. Quando cheguei a casa, googlei o que estava escrito na minha nova aquisição. Fiquei surpreendida e alarguei a minha cultura geral. Curiosos?

Waianapanapa é uma gruta situada na ilha Maui, a segunda maior do Havai. Serviu de cenário para um trágico acontecimento na região. Reza a lenda que uma princesa havaiana chamada Popoalaea fugiu do seu marido. O terrível Chefe Kakae. Este decidiu alimentar a desconfiança e acusou a mulher de traição. Desesperada, fugiu e escondeu-se numa das entradas da gruta. O que é que o Kakae fez quando a encontrou?Matou-a, claro. E a água pintou-se de vermelho com o sangue da princesa. Durante o ano, há alturas em que a água se enche de pequenos camarões, formando uma grande massa encarnada. Há quem diga que é uma lembrança da morte cruel de Popoalaea. Claro que isto me fez logo lembrar da tragédia de Inês na Quinta das Lágrimas, em Coimbra. Muito sofreram as princesas. E continuam a sofrer. Mortas pelo príncipe encantado. Mortas por nada. Mortas para nada.  Mortas e depois ninguém. Lendas. Talvez o seu sangue seja também o nosso.
Gruta Waianapanapa - Hana, Maui
Praia da areia negra - Maui
Claro que as lendas servem sempre para explicar fenómenos que, humanamente, não somos capazes de explicar. Mas não faz mal. Porquê? Porque essa ignorância cria histórias fantásticas. Histórias que adoramos contar aos outros. Que passam de geração em geração. As lendas prolongam e estimulam a nossa imaginação. É uma escolha de cada um acreditar ou não. Além disso, a ilha de Maui parece-me um destino perfeito para passar férias longe deste ruído todo. Para relaxar e criar lendas com alguém. Eu já a trago ao peito.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

O lixo de Vik Muniz

Vik Muniz é um artista plástico brasileiro. A sua obra tem-me interessado por mil e uma razões. Como não tenho tempo para as apontar, aqui fica alguma informação. Aconselho vivamente o documentário Waste Land (2010). Fala-nos do desperdício moderno. Da enorme quantidade de lixo que produzimos. O Vik decidiu começar este projecto ao acompanhar os catadores de lixo, uma realidade infeliz no Brasil. Mostra-nos o seu desespero e frustrações. Mas também os eleva aos céus. São, obviamente, dignos de importância e atenção. À medida que vamos percorrendo as lixeiras e quase sentindo o cheiro, vamos percebendo que nem tudo é lixo. Os catadores serviram de inspiração para criar verdadeiras obras de arte. São efémeras mas salvas para sempre por um momento fotográfico. Aquilo que o Vik fez foi acumular toda a tralha, lixo, matérias e materiais para produzir uma imagem de grande escala, que é perceptível vista de cima. As referências podem passar por fotografias, pinturas ou cenários improvisados. É um exemplo que demonstra que a arte anda de mãos dadas com a vida. Fazem parte uma da outra. Odeio quem adora separá-las. O lixo transforma-se em ouro. E, mesmo continuando a ser eterno, é eternizado. Deixo-vos aqui alguns exemplos do seu trabalho.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Não estou a matar ninguém


Hoje vou passar grande parte do dia a editar som para um projecto da faculdade. Quem me tem acompanhado, já deve ter percebido que até sou uma rapariga fofinha. Mas também tenho alguns parafusos a menos. Se adoro ver vídeos de gatinhos no youtube, também adoro berros, gemidos e afins. Uma das coisas que me dá gozo (e faz parte do meu trabalho) é criar sons. E, desta vez, os sons passam por tudo aquilo que é mórbido, aterrorizante, inquietante e abafador. Não é a primeira vez que o faço. Por algum motivo, os meus projectos vão sempre dar aí. Tenho o cérebro perturbado. Mas adoro! Estou a fazer um mini filme abstracto onde a maior parte das imagens são found footage. Como tenho imagens harmoniosas, decidi contrastar o visual com o auditivo. É algo que funciona muito bem. Atribuir novos sentidos às coisas, às imagens. Se tenho um casal a beijar-se numa paisagem de flores, então vou fazê-los sangrar dos ouvidos com gritos intensos de dor. Acreditem, não é estranho. Basta saber que, se lhes acoplarmos um canto de passarinhos, o casal aparenta ser feliz. E não é isso que queremos. São contrastes levados aos extremo. 

Sabemos que os sons dos filmes são criados para nos guiar. Para nos levar ao caminho exacto das nossas emoções. Eles sabem como fazer-nos sentir. Mas se estamos a ver uma laranja e a ouvir o som de um relógio, não bate a bota com a perdigota. Mas pode bater. É aqui que entra o nosso lado crítico. Agora já ninguém nos conduz. Vamos sozinhos e muitas vezes não queremos dar um passo à frente. Muitas vezes, não sabemos o que sentir porque ninguém nos pediu (obrigou) para sentir. Há que saber estimular as emoções. Há que saber prolongar o pensamento para onde nunca se atreveu a ir. Deixem-no ir. Não precisamos de ciências exactas a toda a hora. É isso que faço ao trabalhar com som. Deixo-me ir, mesmo que saiba o que estou a fazer. Portanto, hoje a minha casa vai vibrar com sons literalmente horríveis. A probabilidade de algum vizinho estar a ler isto é inferior a zero. Mas fica o aviso. Afinal, qual é o mal? Não sou eu que às duas da manhã tenho o "teru" das notificações do facebook nas alturas. Nem sou eu que arrasto cadeiras de madrugada como se de uma fantasia sexual se tratasse. Ah, e também não sou eu que dou um berro às oito da manhã para que o outro vizinho, que decidiu usar um berbequim, se cale. Só vantagens. Só perdoo o choro do bebé e o miar do gato.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Jon Snow knows nothing


Por favor, aturem-me. Precisava mesmo de falar sobre isto. Ou escrever para depois não me esquecer. Sou apaixonada pela personagem do Jon Snow, de Game of Thrones. Há qualquer coisa ali que me prende e faz temer pela vida...dele. Não pensem que sou fanática pelo actor e que se me aparecesse, agora, aqui à frente me ajoelhava e beijava o chão para ele passar. Nada disso. Eu gosto é do Snow, misterioso, ingénuo e conhecedor de tudo, afinal. Talvez o adore por se tornar um cliché. Ou seja, ele é o bonzinho, apelidado de bastardo, lá nos confins do mundo onde tudo é preto e branco. O virgem que faz amor com a selvagem na caverna. Mas, depois, é muito mais que isso. O facto de ter estado isolado daqueles que se andaram a esganiçar uns aos outros, permitiu-lhe desenvolver a sua força. A física, melhorou-a. A emocional, moldou-a. No meio de tanta gente na série, acaba por ser um dos que mais se destaca. Já demonstrou ser capaz de liderar e de usar a inteligência, humildade e justiça a seu favor. Contrariou a frase preferida da Ygritte: you know nothing Jon Snow. Mas, afinal sabe. Apesar de eu continuar a achar que esse know nothing está destinado a segredos maiores. Que mesmo sendo uma bastardo, não é um bastardo de quem é. Confuso?

Se não viram o episódio de ontem e não querem saber nada, parem de ler. Vou spoilar imenso. Depois de sete episódios um pouco aborrecidos mas com algumas pistas do que poderá acontecer no futuro, aparece-nos este oitavo. Onde mais uma vez o Snow é posto à prova. Na tentativa de aliar os Selvagens aos Corvos, o Jon (tratamo-nos assim) decide ir ter com os primeiros para os convencer. Promete-lhes segurança e terrenos em troca da sua lealdade. Lutarem, ao lado dele, contra os White Walkers. Claro que nem todos optam por seguir o seu caminho. Aqueles que disseram que sim, começaram por partir, em barcos. Quando, tcharan, os cães começam a dar sinal de algo. Lá estão eles, os White Walkers, prontos para vos dar cabo da raça. E pronto, fica tudo maluco. Em correrias, aos berros, etc. Parece-me que agora os selvagens já querem sair todos dali. Se costumam ver, sabem que o vidro de dragão é a única coisa capaz de matar os WW. O Jon armou-se em valente mais uma vez e decidiu enfrentá-los. Correu para dentro de uma cabana, na tentativa de encontrar uma adaga de vidro de dragão (que tinham levado para mostrar aos selvagens). Lá dentro, estava um giro tétrico de olhos azuis, pronto a matá-lo. Cambalhotas para aqui, cambalhotas para ali. O Jon falhou. Contudo, ainda foi capaz de agarrar na sua espada. Não custava nada defender-se com ela, embora fosse inútil para matar o walker. Mas não foi. Para grande admiração do Jon (e minha), a espada, outrora oferecida e adaptada por Jeor Mormont, foi suficiente para acabar com ele. O white walker desfez-se em . Resta-nos saber se todas as espadas feitas de aço Valiriano os destroem, tal como o vidro de dragão. Ou se têm mais algum segredo adjacente na sua criação. Também nos resta esperar para saber se o Jon vai tirar proveito disso. Sim, porque tem que se pôr fino. O clã dos walkers está desejoso por vê-lo morto. A ele, aos Selvagens e aos Corvos. E a toda a gente. A nós também. opiniões, sentimentos e bitaites de quem não leu os livros e só vê a série pela série, como se mais nada existisse

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Dia da Criança



Como devem imaginar, não sou uma criança. Em idade. Porque dentro deste corpo que não deve muito à altura, vive um mirtilo infantil que lateja de vez em quando. Neste dia, dedicado às crianças em tantos países, podia ter escolhido escrever acerca de algo sério. Mostrar-vos a minha frustração com o mundo. Que há situações monstruosas que me chocam. Que nenhuma criança devia ser exposta a tanto sofrimento. Ou então falar-vos da desvalorização da educação, hoje em dia. Deixar-vos bem claro que sou a favor de umas boas nalgadas no rabo quando é preciso. Eu levei-as e estou aqui, muito bem. Contudo, hoje não estou inclinada para a tristeza. Não vou fazer nada disso. Decidi fazer uma viagem ao passado e recolher uma série de tralhice que me entusiasmava enquanto little human. Alguma da bonecada que me acompanhou até à pré-adolescência, que não sei quando foi nem me importa. Não consegui reunir tudo o que queria. Talvez volte a fazer um post deste género. Fico sempre toda emocionada a pensar ai eu tinha isto, ai eu gostava daquilo. Tenho a certeza que muita gente se irá identificar. E não, nunca vi a acção nº 100 do Eddie.