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quarta-feira, 1 de abril de 2015

As Bagas

Os frutos silvestres são um dos meus sabores preferidos. Individualmente, cada um se afirma pelo seu sabor. Se alguma coisa é de mirtilo, é de mirtilo. Quando peço “um sumo de frutos silvestres, por favor”, oiço muitas vezes: “de frutos vermelhos?”. Ou vice-versa. Outras vezes: “ah silvestres não temos, pode ser dos bosques?” Sim, pode. Gostava que algumas pessoas percebessem que esses três nomes correspondem à mesma coisa. De qualquer maneira, não deve ser nada fácil ter três nomes próprios. Pobres bagas, sempre com problemas de identidade. Elas até se separam e tentam competir umas com as outras. Mas há sempre alguém que ache que um morango também é uma framboesa, e uma framboesa uma amora. A groselha já não aguenta que lhe chamem mirtilo. Já tentei comprar duas vezes um perfume de amora. E duas vezes vi a minha encomenda errada. Dois perfumes de framboesa como consequência. Qual é a dificuldade afinal? Eu não gostaria nada que confundissem o meu cheiro, sabor e, sobretudo, a minha cor! Numa tentativa de ajudar os frutos silvestres a diminuir os seus nomes, devo dizer que “vermelhos” pode ser excluído da lista. Os frutos silvestres são, na sua maioria, bagas e apresentam uma cor negra ou vermelha. Assim, passam a ter apenas dois nomes. Já não é mau. Eu tenho cinco.

Na prateleira do supermercado, disponho de quatro opções: doce de morango, doce de framboesa, doce de amora e doce de frutos silvestres. Gosto de todos mas acabo sempre por levar o frasco onde vivem em conjunto. Quem me dera poder fazer isto com os meus amigos mas parece que, infelizmente, cada um arranjou o seu frasco para viver. 


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