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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Perguntas & Respostas


Depois de ler alguns dos vossos comentários, cheguei à conclusão de que devo continuar a fazer o que sempre fiz. Vou organizar melhor as ideias para conseguir preencher o meu cantinho com coisas minhas. E dos outros, quando assim tiver que ser. Gosto de opinar acerca de tudo. Do bom e do mau. Gosto de falar bem. E de falar mal. Para santa já bastam as falsas. Uma das vantagens dos blogs é a interacção. Quando a há, claro. Portanto, e seguindo o exemplo de algumas pessoas, decidi fazer um Perguntas & Respostas.

Não me importo que fiquem a conhecer um pouco mais sobre mim. Contudo, não se esqueçam que ainda vivo no anonimato. Aqui na minha caverna que, no entanto, tem luz e cheira a incenso. Haverá, certamente, perguntas às quais não poderei responder. Mas há sempre volta a dar e responde-se de outro modo. Espero que activem o vosso modo cusco (limitado). Vou ter imenso prazer em responder. Quem não estiver minimamente interessado nisto também me pode perguntar: por qué no te callas? Sabem que eu aceito tanto o bright como o dark side da vida. Chateiem-me lá à vontade. Depois partilho o que ainda não está escrito.

sábado, 25 de julho de 2015

Ajudem a Mirtilo


Hoje vou fazer algo diferente. O facto de não ter grande coisa para fazer tem-me tirado tempo. Estranho, não é? Estou de férias, sem nada importante para fazer e, ainda assim, falta-me tempo. Ou então sou eu que estou a dramatizar a situação. É sempre assim, não é? Quando temos mil e uma coisas para fazer, depositamos toda a nossa atenção noutras coisas. E assim navegamos até termos riscado todas as tarefas da lista. Depois, com a página em branco, ficamos a olhar para o vazio. Literalmente. É assim que me sinto agora. Quero dedicar o tempo que prometi ao blog. Merece que eu cumpra, com vontade, aquilo a que me propus. Jamais escreveria por obrigação. E por saber que, até agora, o alimentei com todo o prazer, é que vos venho pedir ajuda. Calma, não vos vou dar o meu NIB para transferirem um euro. A motivação atacou-me. Saiam do caminho. Mas ainda não sei que caminho é esse. Sinto que tenho demasiadas ideias. Demasiadas coisas das quais quero falar. E tenho vontade de falar sobre tudo ao mesmo tempo. Não me apetece dividir os pensamentos por dias. Mas não sou a super-mulher. Apesar de ser uma pessoa organizada, não consigo (ou não gosto) de pensar, à partida, aquilo que vou vomitar aqui durante uma semana. 

Assim, decidi seguir o exemplo de algumas pessoas e fazer-vos a seguinte pergunta:

O que gostariam de ver aqui no blog?

Não quero, de todo, passar a minha responsabilidade para as vossas mãos. Mas parece-me uma boa altura para receber algum feedback. Podem deixar ideias, temas e perguntas. Podem ser coisas vagas. Podem ser coisas estúpidas e sem sentido. Podem ser coisas profundas. Ou temas específicos. Pode ser qualquer coisa desde que eu possa responder ou escrever acerca de. Se correr bem, vou tentar seleccionar algumas coisas!  Caso contrário, estarei aqui de qualquer modo. Espero que atendam ao meu humilde apelo. Obrigada!

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Joker, Joker, Joker


Está tudo maluco com o novo Joker. O filme Suicide Squad só tem estreia marcada para o próximo Verão. Ainda assim, os fãs e os não fãs do maior vilão do Batman andam a bater mal da cabeça há meses. Uns dizem que o actor Jared Leto não encaixa no papel. Outros dizem que encaixa mas que o problema está no seu aspecto. Que o boneco não está bem montado. Que não devia ter tatuagens. Que não devia ter cenas nos dentes. Que não devia ter assim o cabelo. Que não devia o raio que os parta. Confesso que quando saiu a primeira imagem daquilo que estava para vir, também torci o nariz. Nunca me tinha passado pela cabeça ver o Joker em tronco nu. Não acompanho as BDs portanto só posso opinar sobre alguns filmes. 



A minha aproximação a este vilão, que para mim é um dos mais complexos, começou com o filme Batman (1989) de Tim Burton. Adoro fazer maratonas Batman a partir desse filme. O Joker foi interpretado pelo mítico Jack Nicholson. Conquistou-me por ser um palhaço feliz capaz de pegar numa metralhadora e matar toda a gente. Porque não? As suas atitudes eram completamente tolas e, em conjunto com as gargalhas, fez-nos divertir. Ainda assim, a sua insanidade nunca foi posta de lado. Matar é glorioso para o Joker. Matar é anedótico. E morrer com um sorriso na cara é essencial. Já no O Cavaleiro das Trevas (2008) de Christopher Nolan, assistimos a um Joker totalmente diferente. Na altura, ninguém acreditava que o Heath Ledger fosse capaz de se agarrar à personagem e torná-la numa das interpretações mais apetecíveis do vilão. O actor morreu no mesmo ano da estreia do filme devido a uma overdose acidental. Se estiveram atentos ao caso, acredita-se que Ledger mergulhou profundamente no Joker e ficou mentalmente perturbado. Rumor à parte, a verdade é que o actor se preparou psicologicamente para o papel, explorando, por exemplo, o isolamento. Isto porque este Joker, que repetidamente nos pergunta why so serious, age como um maníaco cujo desejo é instalar a anarquia em Gotham. O humor é substituído, por inteiro, pelo sarcasmo. A inteligência e a imoralidade são duas das suas grandes armas. Aquilo que mais admirei neste Joker foi a sua vontade e insistência em provar que o resto das pessoas também são capazes de ser cruéis e doentias como ele. Claro que sim. 

Se já viram o trailer do Suicide Squad, já se aperceberam que vai ter uma carga psicótica bastante elevada. Por parte de todas as personagens. Acredito que o Leto não vai desiludir. Considero-o um dos actores mais versáteis neste momento. É inacreditável a quantidade de personagens que engole e cospe, como resultado do seu bom trabalho. Este Joker já prometeu magoar-nos, muito e muito. Eu cá não me importo. Espero que seja o mais psicopata possível. Ao vê-lo durante estes míseros segundos, até me esqueci da sua aparência. Afinal, o Joker é único. E deve sê-lo em cada adaptação. Um dos pontos positivos no trailer é o cover da música I Started a Joke dos Bee Gees. Perfeita para um filme com o Joker. AHAHAHAHAHAHAH


I started a joke which started the whole world crying but I didn't see that the joke was on me.





quinta-feira, 16 de julho de 2015

Esculturas hiper-realistas

Olympus Lauren Perdue, 2013


Estou de volta! Com algumas picadelas de insectos e com doses elevadas de sono. Mas estou de volta. Até já tenho saudades de dormir numa tenda enquanto os DJs passam o seu untz untz untz. E enquanto os junkies batem a chinela até cavarem um buraco no chão. Para o ano há mais! Nunca fecho os olhos ao mundo da arte e a pesquisa constante que lhe entrego é uma das coisas que me alimenta. Não sou preconceituosa no que diz respeito à escultura. Aprecio os clássicos e as superfícies polidas em mármore como aprecio uma obra contemporânea. Isto porque não há comparação possível. Nem na técnica nem no contexto. Odeio quando as pessoas se armam em entendidas no assunto e se põem a dizer que uma pietá esculpida é mais bela que uma estrutura de ferro. Shut up, seriously. Nem tanto. Falem à vontade porque têm esse direito. Mas não caiam na ignorância. Só se for mesmo necessário. 

Mas hoje trago-vos obras contemporâneas que obedecem ao hiper-realismo. Se a pintura recorreu ao fotorrealismo para criar obrar semelhantes à fotografia, a escultura recorre ao hiper-realismo parar criar objectos e/ou figuras humanas que correspondam, com veracidade, à realidade. As obras da escultora Carole Feuerman são, na sua maioria, imitações do corpo humano. O material usado para as esculpir tanto pode ser resina como mármore e bronze. Depois, se assim o entender, é-lhes aplicada uma camada de tinta a óleo. O tamanho varia. Tanto podem ser feitas à escala humana como em grande escala. Numa entrevista, disse que a água e a natação passaram a ser, desde cedo, a sua maior inspiração. Isto porque os nadadores sempre lhe aparentaram ter o equilíbrio entre a mente e o corpo humano. Quanto a isso, não sei. Não sou lá grande peixe. Só sei que adoro as esculturas. Além de venerar a sua técnica, sinto um certo sossego quando olho para elas. Talvez me seja transmitido pela ideia da água. E se assim for, penso que a inspiração da artista cumpre o seu objectivo. Além disso, acho fácil identificarmo-nos com as obras por serem réplicas do nosso corpo e por apresentarem pormenores que são só nossos. Como a roupa e acessórios ou como as gotas de água a escorrerem na pele. Não somos nós mas quase.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Campismo!


Não é das coisas que mais gosto de fazer. Não comecei bem. Gosto de acampar. Gosto de me libertar do ruído e descansar no meio das árvores. Gosto. Mas não gosto da trabalheira implícita no termo acampar. Não sou expert nisto portanto fico sempre aborrecida quando chega a hora de pensar o que levar. Sei que me vou esquecer de alguma coisa. Vou estar três dias completamente afastada deste meio. Substituir o mundo tecnológico pelos amigos, pela natureza e pela música. Estou pronta para fazer uma alimentação à base de sandes, rissóis, conservas e xixa assada. Mas não estou pronta para lavar loiça. Nem para acordar no forno/tenda. Nem para ter moscas como vizinhas. Ou ter que me chatear porque alguém me chateou. Mas esses senãos fazem parte. Este ano já vou dormir num colchão de ar. Menos mal. Já montámos as tendas e já temos o nosso bairro definido. Vou enfrentar, mais uma vez, a água gelada do rio. E enfrentar os mini peixes. Mete-me imensa impressão quando começam a rondar-me as pernas. Prefiro o mar, sinceramente. Decidi fazer uma lista de algumas coisas que são essenciais para quem vai acampar! Não é, de todo, uma regra e sofre variações conforme o tipo de campismo que fizermos. E o tempo que acamparmos.



Abrigo e conforto: 
tenda, colchão, saco-cama, almofadas, mantas, bancos encartáveis, lona de plástico

Ferramentas
martelo, canivete, lanterna, corda, fita adesiva, mapa

Comida
fogareiro, mala térmica, loiça, talheres, garrafas de água

Higiene
toalhas de banho e/ou praia, champô, gel de duche, creme corporal, protector solar, toalhitas, pasta e escova de dentes, escova do cabelo, etc

Roupa
peças práticas, leves e frescas (caso seja Verão), um casaco (sempre!), calçado confortável (ténis e sandálias rasas), chapéu ou lenços para a cabeça

Outros
primeiros socorros, guardanapos e/ou papel higiénico, sacos do lixo, espelho

Aquilo que vão comer depende dos vossos gostos, obviamente. E depende do modo como vão cozinhar. Se não cozinharem, de todo, optem por conservas e outros alimentos de fácil consumo. Se forem procriar, tentem não procriar e protejam-se. Nunca se esqueçam que à noite faz sempre frio! Especialmente em zonas perto do rio. A probabilidade das vossas chanatas se estragarem é imensa portanto levem sempre dois pares. Mantenham o vosso bairro limpo. Obriguem os amigos a fazer o mesmo. Não sejam cagados e tomem banho. Não se esqueçam de beber muita água e proteger o corpo do sol. E levem os objectos que vos são essenciais. Tentem deixar os bichos tech em casa, à excepção do telemóvel. Não queiram morrer sem antes ligar aos papás. Ainda vos matam. E não, não importa a vossa idade. Vá, agora sou eu que pareço uma mãe. Divirtam-se ao máximo. Eu vou fazer o mesmo. Ou pior. Até já!

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Já não sou a mais nova!

Há um momento na história da família em que somos os mais novos. Ocupei esse papel durante 16 anos na categoria dos netos. Era vê-los todos a pensar em mim. A comprarem-me coisas só porque sim. A aturarem-me as birras e, mais tarde, as crises. A mimarem-me e a ralharem-me. A comerem, de propósito, o Happy Meal, para depois me darem o brinde. Hoje, com 21, sou eu que faço isso. Apareceu a primeira bisneta e destronou-me. Agora ocupo aquele lugar estranho de prima-tia. Podiam simplificar esse grau de parentesco. Ou se é prima. Ou se é tia. Que confusão. De qualquer das maneiras, o reinado da minha prima-sobrinha nem chegou aos cinco anos. Ainda bem que a idade não lhe permite saber os banhos de mimo infinito que acabou de perder. Isto porque acabou de chegar outra prima-sobrinha. Só gajas nesta família. Infelizmente, esta criatura linda e recém-nascida só vai poder reinar durante nove meses. Porquê? Porque vem outro ser a caminho. Ainda é muito cedo para saber se a sapatilha será rosa ou azul, seguindo o cliché. Se isto continua assim, a vida familiar transforma-se num episódio de Game Of Thrones. A garotada nem vai ter tempo de aquecer o rabinho no trono. Não faz mal. Deixem vir as criancinhas a mim. Estou desejosa para que cresçam e eu possa ser a melhor pritia de sempre. Aquela a quem vão pedir para sair à noite. Mas isso significa que a minha idade também vai avançar. Então não. Deixai-vos estar com os livros da Porquinha Peppa na mão e fraldas no rabo. Tenho andado a pensar num novo cargo que espero ocupar daqui a muitos (muitos) anos. A mais velha da família. Se fui a mais nova, posso ser a mais velha um dia. Daí já ninguém me tira. Enquanto isso não acontece, vou ficar aqui a ter perder paciência com as meninas e a implorar que gostem de barbies para poder espremer a lágrima da nostalgia. Ou brincar com elas naqueles tapetes que têm estradas desenhadas. Ou a fazer desenhos e perceber, em cada gatafunho, risco e rabisco, os olhos, o nariz e a boca. Ou a tentar ser má para elas e ter medo a mim mesma. Ou a limpar-lhes a lágrima da cara porque "o chão é mau". E assim sai uma rainha do trono para dar lugar às melhores princesas do mundo. Adoro-vos minions, sem capacidade de leitura (ainda).

terça-feira, 7 de julho de 2015

Fui às compras II






















Fui espreitar estes primeiros saldos. Mas confesso que já ia com objectivos definidos. Andava, há algum tempo, de olho numa saia da Zara e num vestido da Bershka. Como baixaram dez euros, lá fui eu ser consumista. Também tenho direito a comprar algumas coisas que sei que não preciso. Contudo, não perco a cabeça e compro roupa que sei que vou mesmo usar. Fiquei contente por ter encontrado as peças que queria em versão S. Confesso que tinha medo que o vestido me ficasse mal por ser um pouco comprido. Mas gostei precisamente por causa disso. Não tinha nenhum do género e a diferença, quando assumida, cai sempre bem. Adoro aquela parte com os fios, onde a pele fica à mostra. Nas costas, também é aberto. Além da saia da Zara, comprei uma preta na Stradivarius (nova colecção). Não ia esperar que estivesse em saldo porque era exactamente aquilo que eu queria. Uma saia de ganga preta ( sempre lhe chamei ganga preta mas, sinceramente, I have no idea) com botões à frente. Como uso saias deste género há muito tempo, a probabilidade de não gostar de mas ver era quase nula. Jogo pelo seguro nessa área. Ambas têm bolsos à frente. Um ponto positivo para mim, que tenho a mania de "meter tudo ao bolso". Não é pejorativo. Mas também comprei uma pencil skirt. Sou baixinha mas, ainda assim, gosto de mas verPara completar, comprei uma camisola comprida assimétrica. Espero que gostem (ou não)!


                                                                             

Saia Zara 9.99€ | Saia Stradivarius 17.99€ | Vestido Bershka 25.99€ | Camisola Pull&Bear 7.99€ | Saia Pull&Bear 5.99€

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Gimme Shelter | Filme

Gimme Shelter | 2013 | Ronald Krauss

Baseado numa histórica verídica, Gimme Shelter é um daqueles filmes que nos faz saltar lá para dentro e sentir aquilo que vai à flor da pele das personagens. Não é um filme difícil mas é dramaticamente real. Conta a história de Apple (Vanessa Hudgens), uma adolescente que nunca recebeu gratidão na vida. Só o sentimento de abandono e desprezo por parte das outras pessoas. A mãe June (Rosario Dawson) é a descrição viva da má mãe. Viciada em drogas, gasta todo o dinheiro da pensão de alimentos para alimentar o seu vício. O filme começa com Apple a fugir de casa, na esperança de encontrar o seu pai. Mas o papá já vive feliz numa mansão, com a sua nova família. E Apple não é propriamente a menina bonita no retrato familiar. Ainda assim, permanece em casa do pai até este e a madrasta descobrirem que ela está grávida. Depois de um acidente de carro, Apple é encaminhada para um abrigo de jovens mães. À medida que vai erguendo a sua autoestima, começa a desenvolver laços com as outras mães. Vale a pena ver!

Fiquei fascinada com o desempenho de ambas as actrizes. Agarram-se à sua nova forma física de um modo incrível. Fizeram-me acreditar nas cicatrizes do corpo e nas da alma. É um bom filme para quem não se importa de sentir a dor dos outros. Se estiverem atentos, irão perceber que há muitas mais Apples do que imaginamos. É uma realidade cruel. Saber que há imensas adolescentes perdidas e entregues à rua pelos próprios pais. Também é cruel o modo como fechamos os olhos a estes problemas. Fingimos não ver porque temos mais em que pensar. Ou então porque não temos pena destas jovens. Porque estão grávidas porque querem. Porque são ignorantes e irresponsáveis. Querem que vos diga a verdade? Sim, há uma percentagem de jovens estupidamente irresponsáveis. Mas isso não faz delas menos humanas. E nem faz delas a regra. E nem lhes sai o feijão que carregam no útero quando estalam os dedos. E não acontece só às coitadinhas e drogadas, como tanta gente faz questão de salientar. Acontece a qualquer jovem. E nem todas têm o apoio dos pais, dos amigos e do namorado (caso o seja). Com tudo isto, é de louvar que existam centros e abrigos que as ajudam a preparar-se para a maternidade (caso não queiram interromper a gravidez). Não só lhes concedem um biberão e uma chupeta, como as motivam e ajudam a encontrar trabalho para que se possam tornar financeiramente independentes. Para que possam cuidar do filho(a) como todos fazemos/faremos. É fascinante como tão pouca e má vida se transforma em duas vidas. Com sucesso, se formos optimistas. Se conhecerem alguma Apple, estendam-lhe a mão. Não a deixem na berma da estrada. Indiquem-lhe o caminho. Por vezes, é suficiente para que consigam andar sozinhas.

domingo, 5 de julho de 2015

Os Nokia da minha vida


A morte precoce do meu smartphone transportou-me para o passado. Decidi, então, partir à procura de todos os telemóveis que tive antes de entrar no mundo dos smartphones. Como já tinha dito, só fui moderna no final de 2014. E contra a minha vontade. Se o meu último telemóvel não se tivesse estragado, ainda estaria agarrada às teclas. Optei sempre por telemóveis da NOKIA. Não me perguntem porquê. Talvez por ser a marca que mais modelos desenvolvia e pelo sucesso que tinha. Seja como for, nunca me desiludiram. Continuei a comprar da mesma marca apesar de agora ter sido comprada pela Microsoft. Aqui fica a lista, por ordem, dos bebés que outrora tive. Digam-me se tiveram algum dos seguintes!

O clássico. O primeiro dos primeiros. Até era vergonha se assim não fosse. Pertenceu à minha mãe depois dela se livrar do Ericson com a antena. E eu herdei-o para passar tardes a jogar Space Impact e Snake. Tinha imagens super lindas e parolas que podiam ser enviadas, com um custo elevado. A maior relíquia que todos podemos ter. Nem que seja para atirar com ele à cabeça de alguém. 
Este foi o primeiro comprado, exclusivamente, para mim. Tinha o verde e a capa saía puxando a parte de cima e a de baixa na direcção contrária. Foi com ele que começou a paixão pelo jogo Bounce. Ah, e os concertos de toques.  Era incrivelmente resistente pois a capa era de borracha. Infelizmente, emprestei-o, nem sei porquê, à minha mãe e ela perdeu-o. Sim, a minha mini me ralhou-lhe.
Com este, retrocedi. Como fiquei sem o giraço verde anterior, a minha mãe deu-me o dela. E comprou outro...para ela. Ficarei eternamente grata. Não. Mas vá, tinha a cobra e as teclas brilhavam like a diamond. Nunca percebi se aquela parte de trás servia para alguma coisa. Serviu para muitas chamadas durante algum tempo. Depois ficou parado à espera que algum dos próximos se avariasse.
Delirei com este. Sentia que tinha a maior das invenções nas mãos. O primeiro que tive com câmera. Começaram as fotos a tudo e mais alguma coisa. Dois números em cada tecla. Toques polifónicos a bombar. 300 SMS grátis por semana (wuwu). E, o melhor de tudo: trazia um engenho que recortava capas de tudo aquilo que quiséssemos. Podia andar com a minha fronha na parte de trás.
Não me lembro bem da aquisição deste bicho. Só sei que nesta altura já se enviava um número considerável de mensagens porque ficou sem a tecla do meio. Ou então era de jogar. Apesar de já não me lembrar que jogos trazia. Contentei-me com ele durante algum tempo.


Pára tudo. USB. Cartão de memória. Isto mudou a minha vida. Deixei de lado o MP3 e usei e abusei do telemóvel para ouvir música. A qualidade das fotografias já era melhor e podia transferi-las para o PC. Acho que este telemóvel foi altamente cobiçado na altura. A cobra já era 3D aqui. Foi autografo pelos 30 Seconds to Mars. Não, não o guardei numa câmara de ar. Saiu tudo com o suor das mãos.
Este foi o amor da minha vida. Comprei-o em 2009 e acompanhou-me até 2014. Valeu bem os 170€. A câmera era Carl Zeiss portanto as fotografias ficavam maravilhosas. A internet era razoável  e já podia adquirir novos jogos e ter facebook. Estava preenchido de música e acompanhou-me em imensos momentos. Tenho pena que não tenha chegado a completar seis anos. Não me importava, nem um segundo, de o voltar a ter.

sábado, 4 de julho de 2015

Comida: Casamentos Estranhos

Há coisas que gosto de comer que, aos meus olhos, me parecem perfeitamente normais. Depois, há aquelas pessoas que também gostam e se deliciam. Obrigada. E depois, há aquelas que não entendem certas misturas no que diz respeito à comida. E até acham nojento. No fim disto tudo, sou eu que fico sem as entender porque nem se dão ao trabalho de experimentar. Quando digo que não gosto de uma coisa é porque a experimentei. Nem que seja apenas uma vez. A lista que fiz só inclui gordices que, maioritariamente, casam o salgado com o doce. Um casamento que sempre me agradou. Acredito que muitos já tenham experimentado estas iguarias. Quero que saibam que não faço delas a minha alimentação. Coitada de mim. Há algumas coisas que já nem como e outras que apenas como muito de vez em quando. Mas gostei de fazer esta lista!

Melão com presunto
Esta é daquelas combinações que não entendo mesmo como é que as pessoas não gostam. É das entradas mais típicas em quase todos os restaurantes (e em casa, claro). E, ainda assim, há quem não tenha provado. É tão bom, sobretudo se o melão estiver fresco.

Chouriço com Maionese
Esta é outra que também não entendo. Nem sei explicar o quão bom isto é. Combinado com pão fresco e crocante. O meu namorado andou imenso tempo a torcer o nariz e depois as papilas gustativas obrigaram-no a assumir que gostou.

Biju com batatas fritas de pacote
Biju ou pão de forma. Esta sandwich começou nos primórdios das festas de aniversário. Quando o queijo e o fiambre acabavam e depois só comia quem fosse criativo. Pão e batatas fritas na mesa. Digamos que não foi difícil. O fofinho e o crocante encontraram-se!

Carne com doce de frutos silvestres
Acaba por ser uma espécie de feijoada. Carne estufada (sem tomate) com feijão preto e molho de frutos silvestres. O resto dos temperos fica ao gosto de cada um. O doce pode ser substituído por mel. Acho que combina muito bem com a carne.

Gelado com Bacon
Já todos sabemos que o bacon tem tido casamentos e divórcios com os mais variados alimentos. Mas acho que o amor que nutre pelo gelado (o de baunilha é o eleito) nunca acabará. 

Bolacha Maria com manteiga
Não como há imenso tempo mas ainda me lembro de ir à cozinha, pegar nas bolachas Maria, na manteiga e na faca de barrar. Fazia-se magia. Confesso que não é a melhor combinação mas sabia tão bem quando não havia mais nada para marfar.

Ovo cozido com açúcar ou sal
Não como ovos cozidos desde a infância. Fartei-me deles. O sabor já não me agrada. Mas lembro-me que abrir os ovos e polvilhá-los com açúcar era uma espécie de ritual. Funcionava como uma sobremesa.

Pão com chocolate em pó
Ou chocolate em pó sem nada. Quem nunca encheu o pão com Nesquik ou Cola-Cao? E depois ficava aquela papa na boca, impossível de engolir. E depois bebíamos água e era pior. Quase sufocávamos. Além de ficarmos com os beiços todos castanhos. Porque será.

Massa com...massa
Conhecida por: preguiça. Estou habituada a cozinhar todos os dias para mim e adoro inventar coisas. Mas também adoro massa. E, às vezes, há aqueles dias deprimentes que exigem massa all alone. Ou com um caldo, pronto. Para não ser tão mau.

Gomas ácidas com refrigerantes
Não bebo refrigerantes há quase um ano. E já não papo gomas como uma labrega. Mas não vou mentir e dizer que não gostava do amor/ódio que um pacote de gomas ácidas e uma 7up desenvolviam. Era horrível, mas bom. Estranho. Muito estranho.

Batatas fritas com chocolate
Esta parte de noites de cinema onde só há coisas boas (más) para comer. Dou por mim a levar à boca, ora batatas fritas, ora chocolate. E descubro que a sua mistura não é má de todo. Mais tarde, descobri que mergulhadas em Nutella...ai.

Vá, agora não pensem que sou um alien nojento e vão lá experimentar estas coisices.
Espero que alguns me considerem completamente normal!

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Sandálias da mãe


Como prometido, aqui estão as compras da minha mãe. Ela é daquelas mulheres que andam de saltos altos em todo e para todo o lado. Se a virem com sapatos rasos, alguma coisa não está bem. Até em casa tem que andar nas alturas. Nem que sejam chanatas de "enfiar o dedo". Têm que ter sempre saltinho. Até as sapatilhas para a ginástica são altinhas. Ninguém a pode julgar por gostar de andar nas alturas. Como devem calcular, quando era pequena e recebia ameaças do "levas com o chinelo", não gostava muito. Porque não era um chinelo. Era uma sapata de oito/dez centímetros com pop art desenhada na plataforma. Não queria nada ficar com o rabo quente por causa daquela coisa. Ainda que merecesse (sempre). Se lhe digo para usar calçado raso, fica toda ofendida. Hei-de usar até poder. Tem razão. Às vezes, andar ao nível da terra torna-se bastante deprimente. Às vezes, precisamos de ser mesmo superiores a tudo e todos. Até com os saltos faço metáforas. Seja como for, as minhas sandálias mais altas têm seis centímetros. Não me atrevo a ultrapassar esse limite caso seja para andar com elas o dia inteiro. Até me desenrasco bem a andar se saltos. Não se me torce o pé nem ando com as pernas arqueadas, mas não faço questão de os usar. Talvez nunca lhes tenha dado uma oportunidade séria. Relativamente às sandálias, estou apaixonada pelas pretas (que novidade). Acho que ainda lhas vou roubar, uma vez ou outra. São da nova colecção da Parfois e custaram 34.95€. As outras, da Seaside, também são muito giras e a tira prateada sobressai com a roupa certa. Estavam em saldo e custaram 17€ 34€. Para acabar, só posso dizer que a minha mãe é uma jeitosa e que vai ficar toda inchada quando ler isto.



quinta-feira, 2 de julho de 2015

O telemóvel e as pedras

créditos imagem

Ontem à tarde não ia sair. Mas saí. Como é óbvio, o nosso querido planeta está sempre a equilibrar as energias. Mas não devem ser as minhas. Se o dia começa bem, há a probabilidade de acontecer algo mau. A princesa aqui estava a sair da carruagem (carro) com a carteira e o telemóvel na mão. Fechei a porta. E, enquanto alguém morria no outro lado do planeta, o meu telemóvel caiu. Bateu com o focinho nas pedras e elas gritaram. Abriu-se e a capa e a bateria saltaram. Normal. Já não era a primeira vez. Fiquei logo em pânico. O meu namorado recolheu as peças. Quando vira o telemóvel, vejo o vidro todo partido. Pânico total, pronto. Agarrei-me ao espelho do carro e dei graças ao sol por estar de óculos. Lá caiu aquela lágrima típica do "e agora???". Restava-me esperar que funcionasse, ainda que partido. Mas não tive essa sorte. O touch foi à vida. Touché. Comecei logo a fazer contas à vida. Como trocar o vidro é estupidamente caro. E depois comecei a pensar na tralha que lá tinha. E apareceram mais e agora, e agora, e agora, etc. Que estupidez. Perder a cabeça por causa duma máquina. Mas já não vivemos sem elas. Não sou nada viciada no telemóvel. Só o fui na adolescência quando mandar SMS a toda a hora estava na berra. Agora sou mais de telefonar quando preciso de alguma coisa. E claro que as redes sociais também livraram os telemóveis desse papel. Mas, ainda assim, sinto-me vazia quando estou sem ele. E como sou um pouco conspiradora, o meu pensamento é sempre o mesmo quando me esqueço do telemóvel: e se me acontece alguma coisa? Pois é. O medo do desconhecido é amenizado pela presença de um pedaço electrónico...que afinal se estilhaça todo. O meu primeiro telemóvel foi o famoso Nokia 3310. Que saudades desse tijolo inquebrável. E de todos os outros que o seguiram. O meu último telemóvel durou seis anos. Nunca me desfiz dele e só aderi aos smartphones no ano passado. E, well well, nem um ano durou. Está ali na gaveta já. Como um cadáver. Não foi caro porque não invisto em telemóveis caros. Não nestes. Morrem demasiado cedo. Nem lhe tinha um amor especial. Mas era o meu telemóvel. Felizmente, a minha mãe obrigou-me a passar pelas fases de luto em menos de uma hora. E agora já tenho outro chaço que aparentemente é o filho do (ex)meu. Esperemos que este não se apaixone por pedras.