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domingo, 31 de maio de 2015

Outfits Casamento

Vou-vos confessar uma coisa: nunca fui, em 21 anos, a um casamento. Convidem-me, por favor. Não sei o que é, segundo me contam, aquele aperto na garganta que faz chorar. Por alguma razão, o casamento é dos momentos mais emocionantes para quem deseja casar. Porquê? Isto é, afinal é só uma festa. Será? Acho que mesmo os corações mais frios se derretem. Para mim, o casamento enquanto mudança de alguma coisa, não existe. Existe sim, enquanto celebração de algo que já é real. Mas não acredito que intensifique o amor, só por si mesmo. Mas como todos temos opiniões e objectivos diferentes neste assunto, não importa. Contudo, não nego que seja um dos dias mais festivos da nossa vida, ou da vossa ou da deles. A minha prima (que partilha o meu nome) vai a um casamento. Ou dois, eu sei lá. Portanto decidi criar-lhe algumas opções para se poder inspirar. Os looks foram todos pensados para o short hair que se apoderou dela. Tentei fazer algumas conjugações simples e outras mais arrojadas. Apesar de nunca ter ido a nenhum, não vejo necessidade em irmos todas(os) arranjadinhas a um casamento. Arriscar um bocadinho não faz mal a ninguém. Espero que gostes B. Para quem gostar: sintam-se inspiradas, seja para um casamento ou para outra festa.

 Brincos Parfois | Clutch Zara | Sapatos H&M | Macacão H&M
 Brincos Parfois | Clutch Benetton | Sapatos Benetton | Top Zara | Saia H&M
 Brincos Topshop | Clutch Accessorize | Sapatos Stradivarius | Vestido Choies
 Anéis Choies | Calças Stradivarius | Top Zara | Sandálias Primark | Clutch Parfois
 Brincos Parfois | Clutch Pull&Bear | Sandálias Primark | Vestido H&M
Brincos Topshop | Clutch Accessorize | Sandálias Topshop | Vestido Primark

sábado, 30 de maio de 2015

Índole do Ser Humano


       É uma das questões inquietantes que mais perturbam a mente humana. Qual a índole do ser humano? Somos, por natureza, bons ou maus? Poucos ou até nenhuns saberão a resposta. E, quando pensamos sabê-la, caímos em respostas inconclusivas.
        O homem vive num ambiente social que o impede de libertar a “fera humana”. Não é capaz de exprimir as suas frustrações e ideias mais profundas, macabras talvez. Vivemos de pensamentos que vão desde ajudar alguém na rua (a boa acção) até assassinar o nosso vizinho quando, às quatro da manhã, descarrega o autoclismo (o pensamento “enclausurado”). Isto é, há, em nós, um instinto completamente selvagem, irracional e de pouca duração que nos leva a querer aniquilar um terceiro. A efemeridade destes momentos torna-nos pessoas melhores pois, rapidamente, ganhamos consciência do mal que nos traria se cometêssemos um crime. Contudo, tudo isto acontece nas pessoas ditas normais. As outras, com problemas que já nem a psiquiatria ou a prisão controlam, cometem os piores actos, quer seja pelo calor do momento ou por vontade própria, quer se arrependam ou não. A verdade é que os cometem e cabe aos tribunais (é uma piada) julgar a natureza do seu comportamento. Há factores, na vida desses seres, que jamais seremos capazes de entender. Através dos seus crimes, percebemos a complexidade dos seus problemas mentais. Por esta ordem de ideias, podem-se constatar dois lados do lado “mau” do homem: o lado perfeitamente normal, ao nível do pensamento e o lado concreto, o dos assassinos sem causa. É como uma representação do “monstro” humano interior controlado vs monstro real. As diferenças entre os dois são, obviamente, enormes.
       Existe, ainda, um terceiro lado: o vingativo com causa. Aqui, é que se levantam grandes dúvidas em relação à verdadeira intenção do sujeito. Desde sempre conhecemos histórias de heróis que “combatem o mal e preservam o bem”. A televisão, o cinema e a literatura sempre idolatraram este conceito chave para a criação de novas aventuras: novos heróis e novos vilões. Assistimos a isto constantemente no nosso dia-a-dia e, mesmo que esta fantasia trágica traga mortes e catástrofes, nós, movidos pelo factor “monstro interior controlado”, adoramos que seja feita justiça contra todos aqueles que prejudicam a paz humana. Até que ponto matar quem mata é justo o suficiente para vivermos melhor em sociedade? Declaro-me fã da série televisiva americana “Dexter”, cujo protagonista veste a pele de um técnico forense especializado em sangue na polícia de Miami. A sua “missão” é matar todos aqueles que escapam à lei. Assim, servindo-se do seu emprego como disfarce, torna-se ele próprio assassino em série, assassinando, cruelmente as suas vítimas e depois cortando-as em pedaços que despeja no fundo do mar. Consegue recolher de cada um uma amostra de sangue que guarda, religiosamente, como se tratassem de troféus. Enquanto espectadora, isolo o mundo fantástico da ficção e interpreto-o de maneira a caber no mundo real, para que não seja apenas uma ideia televisiva. O meu imaginário, também conhecedor dos ideais da justiça, aceita a morte pela morte no campo da ficção pois é totalmente impossível ser imune ao prazer de ver o “mau da fita” ser castigado. Torna-se até inquietante estar do outro lado do ecrã e não ter meios para agir e, por este motivo, alguém o faz por nós. Ainda bem que assim o é.
        Há três ideias a diferenciar: o “eu” com pensamentos tétricos, o “eu” assassino e o “eu” justiceiro. Jamais saberemos identificar a percentagem de “mal” em cada um deles pois não se trata de uma ciência exacta. Aquilo que sabemos é que o homem depende de muitos factores para ser caracterizado, exclusivamente, como “bom”. Os dois adjectivos, o preto e o branco andam sempre de braço dado e, por vezes, complementam-se. Há que saber medir a quantidade de cada um para alcançar um tom cinza harmonioso. 

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Saudações Irritantes


O que é que faz a minha boa educação? Faz-me ser bem educada, claro. Mas nem sempre. Há pessoas que existem no mundo para me ver apenas de bentas. Saudar as pessoas faz parte da minha rotina. Bom dia aqui, boa tarde além e boa noite sabe-se lá onde. É um acto automático mas reflectido. Não digo bom dia a qualquer um. Garanto-vos que não gasto saliva com quem não a merece. Uma das coisas que mais me irrita neste mundo é a extrema simpatia da minha mãe. Diz bom dia a toda gente. Conheça ou não. Se passar um turista na rua (que nem português fala), lá está ela armada em Miss Simpatia a desejar o melhor dos dias a um estranho. Nunca me verão a fazer a isto. Ei que mau feitio. Sim e não. A verdade é que tenho alguns traumas relativamente a este assunto. Devem ser mais de mil as vezes em que entrei num estabelecimento, disse um bom dia fofinho e ninguém me respondeu. Ora, muito bem. Mas como eu não sou de desistir, continuei a espalhar a minha felicidade matinal forçada. Sem resultados. O pior é quando isto acontece com pessoas que somos obrigados a olhar todo o santo dia. Não respondem por sermos nós em concreto. Não respondem porque são bestas, snobs e só querem a felicidade diária para eles. Bem, assim sendo, deixei de largar palavras simpáticas. O bom dia passa a ser meu. Exclusivamente meu. Vá, não é bem assim. Ainda há aqueles 10% merecedores de boa educação, respeito e palavras doces. A esses, até um sorriso lhes disponho. Não sou assim tão má pessoa. Ultimamente as que pessoas que mais me têm ouvido são as funcionárias da faculdade. Vou para lá muito cedo, numa hora em que as ladies ainda estão a limpar o chão. Sinto-me tão mal por deixar aquilo tudo patinado. Mal seria se não expulsasse um bom dia encantador. A boa tarde fica para os cafés, para as lojas, etc. A boa noite destina-se, sobretudo, ao mundo virtual. Uma mensagem ou uma chamada. Sabemos que a noite seria bem melhor se não tivéssemos que o fazer dessa maneira. Um até amanhã mentiroso. Um xau. E um bom dia outra vez.

Sabem quando andamos na rua com a nossa mãe e paramos em todas as capelas para falar com alguém? E o que ouvimos é sempre: ai que grande estás. Mas não. Não estamos. Ai já não te via há tanto tempo. Ainda bem. Lembro-me tão bem de ti, quando eras bebé. Eu não. Estas pessoas desviam-me da minha órbita. Não as suporto. Sobretudo quando sei que a sua essência equivale a pouco. Quando sei que a falsidade que carregam é incurável. Isto acontece em todas as idades. Os "ais" é que vão sendo substituídos. Ai estás tão magrinha, devias comer mais. Ainda mais? Ai estás tão linda, minha filha. Filha?Credo, nunca. Bonita?Com esta borbulhona no meio da testa? Eu sei, eu sei, as pessoas estão só a apelar à boa educação. Mas o meu little diabo diz-me que não, que apenas gostam de mandar postas de pescada para o ar. Seja como for, não costumo pôr máscaras nestas ocasiões. Deixo a minha face pálida, hirta, inexpressiva. E, às vezes, ainda belisco o braço à minha mãe...

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Cinco, o quê?

The Notebook 2004
Pois é. Cinco anos. Já? Eu tinha 16 anos. Ele tinha 18. Não vou começar assim. Estava a gozar. Só daqui a umas semanas é que eu e o meu namorado celebramos, oficialmente (haha) cinco anos de namoro. Ai, sinto-me tão parola a escrever isto. Não faz mal. Mas foi, exactamente, há cinco anos que um de nós deu o primeiro passo. Quem? Eu, claro. O meu namorado era o gajo do liceu com ar de junkie inconformado. Eu era a "odeio toda a gente" de eyeliner nos olhos. Ele, sempre solitário. Contava os segundos para sair daquele antro de gente estúpida. Eu, rodeada dos meus amigos. Não sei dizer como e quando comecei a olhar pare ele de outra maneira. Era incrível como conseguia arrepiar-me, mesmo a metros de distância. Sentia a presença dele, mesmo sendo cega. E estava mesmo cega. Não conseguia pensar noutra coisa sem ser naquele par de olhos verdes, ainda mais verdes que os meus. E naquelas repas loiras despenteadas. O meu namorado era o gajo que era largado pelos amigos de carro à porta da escola. Enquanto ouviam psy trance nas alturas. E eu cada vez mais...apaixonada? Comecei a perceber-lhe as rotinas, os amigos, os gostos, as loucuras, o pensamento. Era tão enigmático. E, mesmo assim, eu sentia que o conhecia há anos. Que havia uma espécie de íman entre nós. E havia. Ele nunca me lançou um sinal de fogo. E sabia lá eu se tinha namorada. Também não queria saber. Então, arregacei as mangas e decidi falar-lhe. Tentei, numa ida à wc. Mas ia tendo um ataque mal o vi. Passados alguns dias, numa ida ao teatro, lá estava ele. Era de manhã e ele parecia estar cheio de sono, pronto para entrar e adormecer enquanto toda a gente fingia ver uma peça que nem eu me lembro. Vi em que lugar ficou e fiquei estrategicamente sentada no lugar da fila de trás. 'Ca esperta sou. Cheia de coragem. toquei-lhe delicadamente no ombro. Não reagiu. Outra vez. Nada. Outra vez. Olhou para mim, espantado. Perguntei-lhe se podíamos falar lá fora. Acenou-me que sim. E foi lá fora que vomitei todas as palavras que tinha guardadas. Nem as repito. Imaginem as coisas mais foleiras que se podem dizer a alguém que nem conhecemos. Tinha visto há pouco tempo na Betty Feia que, quando amamos alguém, as pessoas e os objectos à volta ficam cinzentos. Só a pessoa é que fica iluminada e a cores. Assim foi. Ele mal falou. Deu-me, estranhamente, dois beijinhos e cada um seguiu o seu caminho. Ganhei um chupa de iogurte da minha amiga Citrina. Tínhamos feito uma aposta. Passei dias agoniada e com vergonha. Nem sabia o nome dele. Até uma certa terça, dia do teste de História da Arte. Estava eu sentada no liceu, a dar uma volta final aos resumos, quando o moço passa. E nada. E volta a passar. E alguém me diz "Ele está a vir para aqui". Lá fui com ele, ouvir-lhe as palavras. Tresandava a tabaco mas para mim eram flores. A seta que lhe espetei no coração veio directa a mim. E não foi rejeição. Foi correspondência. A partir daí, falámos todos os dias. Ele abriu-se num mundo fantástico que eu desconhecia. Quem era aquela pessoa? Tão melhor. Tão melhor que as pinturas que eu lhe fazia. Tão louco e tão doce. Beijá-lo foi como sentir formigas a passarem nas costas. Quer dizer, não. Isso aconteceu mesmo. E só para isto ficar tudo mais fofinho e especial: o giraço já me tinha posto o olho em cima.  Mas sempre me achou um mirtilo difícil de apanhar. Mal nós sabíamos que, além de nos alcançarmos, nos iríamos aturar mutuamente durante tanto tempo. É uma relação imperfeita feita de momentos perfeitos. O meu namorado é das pessoas mais humanas que conheço. Tem um coração tão grande que até mete nojo. É o meu melhor amigo. É meu irmão. É meu pai. E tem que ser porque eu exijo mimo constante. Por outro lado, sabe ser cruel. Sabe abrir as golas e deixar bem claro que está indignado ou, como ele diz, fodido. Já o fiz sofrer. Já fiz por não o merecer. Fiquei a saber que, além de o merecer, também mereço o seu perdão. Já tive vontade de o matar, de o triturar e de o comer. E depois de o apertar, de o beijar e lhe dar duas estaladas. E depois ele agarra-me e ri-se. E o nosso amor anda sempre assim, descontrolado. Mas não desaparece. Já cresceu. Já é muito sólido. É sério e é bonito. Mas também é espontâneo e anda de mãos dadas com a insanidade. Não somos cão e gato. Somos apenas dois gatos que às vezes ronronam e se aninham. Somos apenas dois gatos que eriçam o pêlo e se aleijam com as garras. Uma coisa é certa, não quero parar de miar ao luar com ele. Nunca. Já marcámos o território um no outro, com uma spayzada de xixi, como gatos exemplares.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Padrões Realistas





















De repente, encontrei-me no site da Smooooth Clothing. É uma marca de roupa que imprime, nos seus artigos, padrões e texturas realistas. Hoje deixo-vos aqui alguns exemplos loucos do que podem lá encontrar. É como se estivéssemos a olhar para uma fotografia. Tenho imensa curiosidade em ver o resultado ao vivo. Acredito que sejam muito bem executadas pois o preço é, na minha opinião, um pouco excessivo. O pior são os portes de envio (de Espanha para Portugal) que são estupidamente caros. As peças podem ser adquiridas online ou na loja em Barcelona. Bem, seja como for, acho os tops e t-shirts muito originais. Não me importava nada de ter a selecção que fiz. Apesar de ser um pouco estranho andar com sushi no corpo. Quer dizer, fora dele. Pelo menos, com esta erva (do top) podemos andar à vontade. E depois partir numa estrada aberta com rumo a nenhures. E então?Gostam?Ou acham que é too much going on?

Sushi-30.25€ | Outras 24.20€

todas - 39.93€

terça-feira, 26 de maio de 2015

Lana Del Rey


Se me dissessem, há uns anos, que eu ia ouvir Lana Del Rey com tanta vontade e emoção, provavelmente não acreditaria. Não lhe consigo ouvir uma música sem lhe devorar os álbuns todos. É dramaticamente viciante. Há qualquer coisa de inexplicável na música dela. Se por um lado tem uma temática americana acentuada, por outro faz-nos identificar com, literalmente todas, as palavras que canta. É sobre ela mas também é sobre nós. Há sempre uma história pronta a ser contada para além dos amores e desamores. Há sempre uma personagem em cada música que o deixa de ser. Ocupamos-lhe o lugar. Pelo menos, é o que eu sinto. Blue jeans, white shirt. Walked into the room you know you made my eyes burn. It was like, James Dean, for sure. Foi assim que vi o meu namorado pela primeira vez. Gozem lá comigo. Eu não me importo.
Música à parte, considero-a uma figura bastante interessante. Adoro como passa de totally desleixada a bonequinha. Como passa de tons fortes e peças básicas para pastéis e vestidos. Assim, decidi criar cinco looks inspirados nela. Não são cópias exactas de algo que tenha usado. São apenas peças combinadas tendo em conta o estilo dela. You fit me better than my favourite sweater.

Blusa H&M 16.99€ | Saia Stradivarius 15.95€ | Óculos Primarks 3€ | Cinto H&M 9.99€ | Carteira Primark 5€ | Sapatilhas Primark 7€
T-shirt Lefties 5.99€ | Clutch Benetton 44.95€ | Sabrinas Benetton 39.95€ | Bandolete Bijou Brigitte 14.95€ | Jeans H&M 49.99€
Camisa H&M  9.99€ | Calções Topshop 60€ | Brincos Parfois 4.99€ | Clutch Accessorize 18.90€ | Sandálias Topshop 42€ 
Vestido Tiffosi 35.99€ | Colar Benetton 12.95€ | Carteira Benetton 29.95€ | Sandálias Topshop 77€
Top H&M 4.99€ | Calções Zara 29.95€ | Óculos C&A 4.90€ | Carteira Stradivarius 7.95€ | Sapatilhas Seaside 22.99€

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Os Extâses


Digo-vos uma coisa: de santa não tenho nada. Talvez a minha cara pálida e o ar cândido que tenho vos enganasse. Fica esclarecido que não sou santa. Hoje vou falar de duas giras que, de santas também não deviam ter muito. Bernini foi um artista barroco. Destacou-se na escultura pelo seu trabalho exímio. Trabalhou, principalmente, em Roma e no Vaticano. Grande parte das suas obras foram encomendadas por papas. 
O Êxtase de Santa Teresa (1652) representa Santa Teresa de Ávila no momento da aparição do anjo. Não, não foi o Gabriel. Esse foi à outra. Já vos explico. A Teresa (permitam-me tratá-la por tu) foi uma freira da ordem carmelita. Sempre foi uma pessoa bastante mística e espiritual. Certo dia ficou doente. A doença alastrou-se durante alguns anos e a pobre santa começou a ter alucinações. Estas traziam consigo o pecado, o afastamento de deus mas também a sua enorme proximidade. As suas visões eram altamente descritivas. Uma delas foi com um anjo. Ela afirmou ter visto um anjo prestes a lançar-lhe uma seta. Aqui está a sua descrição:

Eu vi em sua mão uma longa lança de ouro e, na ponta, o que parecia ser uma pequena chama. Ele parecia para mim estar lançando-a por vezes no meu coração e perfurando minhas entranhas; quando ele a puxava de volta, parecia levá-las junto também, deixando-me inflamada com um grande amor de Deus. A dor era tão grande que me fazia gemer; e, apesar de ser tão avassaladora a doçura desta dor excessiva, não conseguia desejar que ela acabasse...

E então?Parece uma passagem sufocante de sexo, não é?Bernini esculpiu esta ideia com grande virtuosismo. Não a despe, atira-lhe as vestes para cima. Põe-na numa posição de entrega. Põe-lhe um dos pés e uma das mãos para baixo, soltas, livres. Abre-lhe a boca e quase lhe fecha os olhos. E assim está pronta para ser penetrada pela seta de um anjo, cujo sorriso nada tem de inocente. 

Em 1971, Bernini começou a esculpir a beata Ludovica Albertoni. Só entrou para a ordem Franciscana depois de ficar viúva. O conhecimento do prazer carnal distingue-a da Santa Teresa. A sua posição revela, também, bastante erotismo. A expressão é semelhante. Aqui é acrescentada uma mão num dos seios. O corpo acaba por estar, igualmente, tenso e relaxado. A sua postura submissa atribui-lhe um carácter solitário. 

Se nos apetecer ir mais longe, poderíamos falar de sexo, no primeiro caso e masturbação, no segundo? Talvez. Mas antes, vamos esclarecer algumas coisas.


















A História entrega-nos as duas partes. Qualquer católico fundamentalista (ou não) nos poderá dizer que estamos errados. Que, em ambos os casos, é óbvia a comunhão com deus. Que a dor das santas é meramente espiritual. Que a sua entrega é divina e eterna. E que nós, modernos, temos a mania de orgasmar tudo. E eu refuto dizendo o seguinte: naquela época (e na imensidão de épocas anteriores e posteriores) ninguém era indiferente ao sexo. À sua prática e exploração. E disto, Bernini tinha conhecimento. A elevação das almas de ambas corresponde sim à elevação do corpo. Porque eles não se separam. Fazem parte um do outro, quer tenhamos a espiritualidade ou a sensualidade em mente. Como eu sempre digo, cabe-nos a nós interpretar as obras de arte. Conhecer o seu contexto, sempre. Mas dar uso aos olhos e às emoções não custa nada. Olhar para o belo mármore esculpido por Bernini e ver, nos extâses, aquilo que vemos simplesmente.

domingo, 24 de maio de 2015

Tag | Coisas que amo

Fui nomeada pela Dan do blog Shiu...É Segredo para responder à Tag Amo/Odeio. Tal como ela, decidi apenas mostrar dez coisas que gosto. Dez coisas que não estão relacionadas e que têm o seu cantinho especial nos meus interesses e na minha vida. Espero que amem ou odeiem!
1. Adorava esta Barbie por ser parecida comigo. Egoísta? Talvez não. Acho que todas as crianças gostam de ter um brinquedo que se assemelhe a elas. Eu não era excepção. Morena (a dar para o vermelho - a boneca já estava a adivinhar que, mais tarde, eu iria pintar o cabelo) e olhos verdes. imagem: amazon.com
2. Adoro cupcakes e muffins. Costumo fazer algumas vezes e inventar receitas. Como não podia deixar de ser, adoro fazê-los recheados de mirtilos! O mirtilo derrete e deixa a sua cor na massa. São deliciosos! Podem encontrar imensas receitas na net. imagem: vegkitchen.com
3. O genérico do Dexter sempre me fascinou. Momentos de tensão. Analogias que são feitas entre uma rotina matinal e o sangue vingativo das suas "acções". Foi das melhores séries que vi até hoje. Acompanhei desde o início e tenho imensa pena que tenha acabado num fim muito mal amanhado. imagem: artofthetile.com
4. Tirar pontos negros e borbulhas...aos outros. Sim, eu sei que não se deve fazer. Mas, às vezes, não consigo evitar. Estou a olhar para as pessoas e fico incomodada. Tenho que ir lá mexer e remexer. Adoro mas, ao mesmo tempo, dá-me nojo. O meu namorado é a minha principal vítima. imagem: corbisimages.com
5. Este momento do filme Orgulho e Preconceito. Amo tanto o livro como o filme. Como sou lamechas e romântica, este momento, agora retido, acorda sempre algumas lágrimas. Diferenças à parte... Enfim, deixem-me lá ser uma Bennet à vontade. 
6. A carpete do hotel Overlook no filme The Shinning. Sou uma devoradora dos filmes do Kubrick. Quando vi o filme pela primeira vez, fiquei fascinada com o padrão das alcatifas do hotel. Os meus ouvidos vibram quando o triciclo passa do chão para a alcatifa. É lindo e tão subtil.
7. Jon Snow. Oh, nem quero escrever. Gosto, pronto. É uma personagem com mágoas recalcadas. Vá bastardo, revolta-te. Winter is coming! imagem: fanpop.com
8. Adoro sushi! E gosto sempre de o comer com companhia. Há algo de didáctico  no seu consumo. Sou daquelas pessoas que comem sushi à lambão. Começo a comer e ninguém me pára. Sei apreciar o seu sabor, claro. imagem: corbisimages.com
9. Posters vintage. Os antigos cartazes (para comida, viagens, peças de teatro, decoração, etc) eram fantásticos! Se alguns revelam um incrível trabalho no que diz respeito às artes gráficas, outros são apenas giros. Não importa. São uma das minhas paixões e têm servido de inspiração para várias áreas da minha vida!
10. E, finalmente, este vídeo. Um gato a dançar. Foi dos primeiros vídeos que vi no youtube. A sua data de upload é de 2005. Já lá vão 10 anos e continuo a amar! É completamente alucinante. Cat, I'm a kitty cat and I dance, dance, dance

E estas foram dez coisas aleatórias que amo!Não vou nomear ninguém mas sintam-se à vontade para fazer o mesmo!É um desafio interessante pensar em tão poucas coisas que gostamos. A minha primeira reacção foi: ahhhhh mas eu não gosto de nada. Divirtam-se!

sábado, 23 de maio de 2015

Procrastinar

Quem nunca procrastinou que atire a primeira pedra. A procrastinação é entendida como o adiamento de algo. Deixar para depois. Se há coisas que fazemos com tempo e dedicação, há outras que vivem do último momento que têm para ser feitas. Bem, outras nunca o chegam a ser. Isto acontece com todo o tipo de tarefas. Mas agudiza-se com aquelas que envolvem estudos, trabalhos e datas. Sabemos que temos capacidade para lidar com isso. Mas, por vezes, é impossível. Nem se trata de deixar tudo para a última. Trata-se de ter tempo suficiente para executar algo. Trata-se de dizer, todos os dias, que fica para amanhã. Que hoje não dá. Que tenho preguiça. Que estou tão bem aqui. Que aqui estou tão mal. Que me falta aquela caneta. Que me faltam aqueles livros. Que tenho que limpar a casa. Que tenho que passear o cão. Que tenho que ir lá baixo comprar fruta. Que o Zé me disse para ir tomar café. Que a casa caiu. Que a casa voltou. Que tenho outra vez preguiça. Que tenho que dormir mesmo tendo dormido o dia todo. É normal se este cenário se repetir amanhã. Temos sempre em mente o nosso objectivo e mesmo assim não conseguimos iniciá-lo. Vivemos na ilusão que ainda há tempo. Mas o tempo passa e os nossos neurónios nem se apercebem. Ficaram coisas por fazer. Por experimentar. Por aprender. Amanhã é o grande dia e ainda não fizemos nada. Agora sim! O nosso corpo transforma-se numa máquina. O nosso cérebro no melhor dos processadores. Olhos bem abertos. Braços dispostos a tudo. E lá vamos nós sentir a adrenalina ao fazer algo que já devia estar feito. Entramos em modo sobrevivência. E se passamos horas sem parar para atingir a meta, também temos momentos de crises ai não consigo! Mas conseguimos. É um fenómeno sobrenatural. Dois meses de trabalho conseguidos em 12 horas. Depois, ficamos aliviados. Quando estava no liceu, ouvia muitas vezes: eu passei semanas a estudar, ele só estudou ontem e teve melhor nota. Deixando a inteligência de parte, que isso não me importa nada, podemos concluir que a procrastinação pode não influenciar os nossos resultados. Pelo contrário, pode-nos ajudar a encontrar as ferramentas necessárias para lidarmos com a organização, com a pressão e com a criação de novos métodos de trabalho. Portanto, nem tudo é mau. Como não sou um profeta do acto de procrastinar, não tenho dicas nem conselhos. Só posso dizer duas coisas: sabe muito bem não fazer nada mesmo tendo que fazer; não fazer nada não pode ser, sempre, um acto irreflectido. Procrastinando ou não, alcancem sempre os vossos objectivos.


sexta-feira, 22 de maio de 2015

Tinta de Hena

Pinto o cabelo de vermelho há anos. Já passou por imensas fases e tons. Se já viveu um vermelho paixão, também já morreu num vermelho sóbrio. Já teve romances com imensas tintas. Já esteve estragado. Já esteve feliz. Actualmente, está bem, vermelhito e comprido. Infelizmente, a maior parte das marcas de tintas para cabelo prejudicam o couro cabeludo e estragam, muitas vezes, o nosso precioso cabelo. Claro que há tintas melhores e tintas piores. Mas há pessoas que não reagem bem a ambas. Os químicos são demasiado agressivos e acabam por causar irritação e alergias na pele. Já para não falar dos olhos lacrimejantes e dos narizes que nem aguentam o cheiro das tintas.

Embora tenha um princípio diferente, a tinta de Hena (ou Henna) pode ser uma excelente alternativa. A Hena é uma planta da qual pode ser extraído um corante. Este, por sua vez, é usado para fazer tatuagens temporárias ou pintar o cabelo. As tintas lançadas pela Henné Color não possuem químicos (sem oxidantes, amoníaco, resorcinol, PPD, fragâncias sintéticas ou metais pesados), ao contrário das tintas convencionais. Não interferem na cor do nosso cabelo. Ou seja, a tinta dá reflexos e aumenta o brilho do cabelo. Assim sendo, devemos escolher uma cor próxima daquela temos. A sua duração anda à volta das cinco semanas, já que é uma tinta temporária. Para ajudar a manter e cuidar da cor, existem vários produtos disponíveis da mesma marca (champôs, condicionadores e máscaras). Devem ser escolhidos tendo em conta a cor da tinta. Além disso, a tinta pode vir em creme colorante ou pó. A marca Herbatint também é uma boa alternativa. Destaca-se, sobretudo, por não conter amoníaco. Os efeitos são semelhantes. Contudo, é uma tinta permanente. Nenhuma das duas é testada em animais. Mais um ponto a favor. Podem encontrá-las nas lojas Celeiro ou noutras lojas de produtos naturais.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Meias artísticas

As meias fazem parte de um mundo mágico. Há aquelas pessoas que têm as meias todas pretas. Essas não contam, para já. Eu não alimento preconceitos contra as meias. Tenho-as de todas as cores e padrões. Às bolinhas, às riscas, aos quadrados, aos cãezinhos, à zebra, etc. Entre botas, sapatos e sapatilhas, escondem-se do mundo. Limitam-se à sua casa. Deixam-se ser usadas vezes e vezes sem conta. As meias são capazes de nos acompanhar durante anos, se a sua qualidade assim o permitir. Essas são as resistentes. Depois, há as outras. As que se rompem com facilidade (mas mesmo assim não saem da gaveta); As que se emprestam e nunca regressam; As que perdem o elástico e, ao fim de uma hora, estão no fundo do pé; As que se perdem, depois de serem lavadas. Estas últimas devem sofrer imenso. Separam-se do seu par, para sempre. Parece que caem num buraco sem fim. Lá fica a meia, sozinha, na esperança que a sua amante volte. Seja como for, a nossa colecção está sempre a aumentar. Resulta de uma mistura de meias velhas e novas. 

Quando vi as colecções no site The Sock Drawer, fiquei com imensa vontade de oferecer irmãs às minhas meias. Tem milhentas meias, cada uma mais original que a outra. Mas aquelas que mais me chamaram à atenção, foram aquelas que têm reproduzidas obras de arte. Neste caso, relativas à pintura. Podem encontrá-las aqui. A stylist Kate Brien conjugou-as com sapatos, para a Vogue. A fotografia é de David Kitz. A meu ver, o resultado é maravilhoso. Até porque estas são meias que não queremos esconder!


Frida Kahlo | portrait
Paul Gauguin | Hail Mary
Leonardo Da Vinci | Mona Lisa 
Edvard Munch | The Scream
Henri Matisse | Dance (I)
Van Gogh | Sunflowers


quarta-feira, 20 de maio de 2015

A gata e as pulgas

Aqui vai um desabafo de uma mãe desesperada. Pois é, a minha gata tem pulgas. Fora do comum?Nem por isso. A minha gata nasceu na rua, de uma gata de rua. Deixei-a ficar com a mãe o tempo necessário. Não queria que ambas sofressem com uma separação precoce. Contudo, quando a gata mãe saía, ia lá eu meter o bedelho. Era mais pequena que a minha mão. Um ratinho branco e felpudo. Demorou 11 dias a abrir os olhos. E dali saiu um grande mar azul. Começou a gatinhar rapidamente. Rapidamente, lhe descobri uma carraça na orelha. Essas nojentas deviam ser proibidas de atacar um bebé tão inocente. Entretanto, fui de férias durante uma semana. Voltei. A gata mãe maravilhosa já tinha abandonado a sua cria. E ali andava a minha micha, como um floco de neve, entre os outros gatos. Sim, alimento vários gatos à volta de casa/quintal. Estava tão doente. Conjuntivite. Levei-a ao veterinário, que lhe fez tudo e mais alguma coisa, e passei uma semana a colocar-lhe gotas nos olhos, três vezes ao dia. Recuperou. Transformou-se numa siamesa. E a partir daí, passou a ocupar um lugar na casa e na família. Um mês depois, apanhou pulgas. É fácil, apesar de não ter contacto com os outros gatos. Frontline no lombo. Entretanto, viemos para o Porto. Eu e ela, ela e eu e nós as duas. A primeira vez que fomos passar férias a casa, apanhou pulgas. Mais desparasitante. A minha gata tem o boletim em dia, sempre. Andou meses saudável, feliz, carinhosa, chata, má, dependente e independente. Como qualquer um. Até agora. Apanhou pulgas há duas semanas (em casa). Foi desparasitada. Anteontem, enquanto a mimava, vi um ser a passar entre o pêlo. Não quis acreditar. Fiquei tão irritada. Para que serve a m&#d@ do Frontline, afinal?Fui logo dar-lhe banho. Lá ficaram as pulgas, a afogar-se. Fiquei contente. Aspirei e limpei a casa toda por causa dos ovos. À noite, percebo que ainda as tem. Ficou de quarentena na cozinha. Ontem, fui logo de manhã à farmácia, onde perguntei: Bom dia, tem Frontline para cat? Ando mesmo aluada. Comprei. Apliquei. Quase rezei. Mas nem tanto. Aspirei e limpei, novamente. E pronto, ainda tem pulgas. Que final feliz, não acham? Estou à beira de um ataque de nervos. Não. Já o tive. Não sei o que posso fazer mais. Cada vez tem mais pulgas. Já consegui matar algumas com os dedos. Mas as gajas correm mais rápido do que eu. Estou a perder toda a fé nos desparasitantes. E, neste momento, não quero inquilinas cá em casa. Relato de uma vida a duas. Quer dizer, minha, da gata e das pulgas, que não morrem. Aceitam-se conselhos!

Outras aventuras da gata:


terça-feira, 19 de maio de 2015

Quem é o Zé?

Os homens são todos Zé. C'andas a fazer, Zé? Onde foste, Zé? Com quem estás, Zé? Ó Zé, cala-te. Ás vezes, eu também sou o Zé. Ou a Zeza. Gostava de saber o motivo misterioso pelo qual isto acontece. Será que perdemos os nossos nomes? Não. Lembro-me de um dia um amigo me dizer: Olha, fui lá com o Zé. Eu, que gosto de saber a vida de toda a gente, perguntei: Quem é o Zé? Explicou-me quem era a criatura, detalhadamente. Anos mais tarde, quando lhe perguntei pelo Zé, respondeu-me: Quem é o Zé? Foi aí que percebi a dimensão dos Zés. Pelos vistos, somos todos Zés. Depois, também há os Chicos e as Chicas. Decidimos tratar-nos assim. Conhecemos tão bem os nomes daqueles que nos são próximos, que já não aguentamos mais dizê-los. Torna-se aborrecido. Monótono. Então, começamos a inventar nomes, alcunhas, elogios e ofensas às pessoas da nossa vida. Claro que isto só acontece em círculos. E com confiança e amor. E humor. Muito e negro. Do mais escuro que houver. Negro mais negro não há. Porquê? Porque raramente são palavras bonitas. Houve uma altura, na famosa adolescência, em que eu e os meus amigos adorávamos adjectivar-nos com nomes ofensivos. Não vou mentir, pronto. Isso ainda acontece. Às vezes, são coisas piores. O vocativo dos nossos diálogos nunca é fofinho. Poder tratar mal quem tanto gostamos é maravilhoso. Chega uma altura em que chamar alguém por um nome que não é o seu, acontece inconscientemente. Substitui aquilo que consideramos normal. Alimenta o afecto. Não acontece com mais ninguém. Chegamos a uma conclusão: só é possível insultar quem conhecemos bem. Nem sequer existe a ideia de perdão porque não há nada a perdoar. Basta aceitar. Basta aceitar que somos uma cabra, uma porca, um cagão, um atrasado, etc. Não ofende. Não magoa. Não dói. Torna a amizade especial e eterna. Eles que o digam. Os Zés que o confirmem.


Charlie Chaplin Behind the Screen 1916

segunda-feira, 18 de maio de 2015

La Redoute

Sempre que vou ao site da La Redoute, deparo-me com descontos. Acho que passam o ano inteiro com promoções. Sinceramente, acho que já fizeram mais dinheiro. Quando a internet ainda não dava para isto. Quando recebíamos (nem sei como) o catálogo em casa e passávamos imenso tempo a desfolhá-lo. Eu, pelo menos, rabiscava as folhas todas. Marcava o que queria e o que não queria. Era emocionante ter esse quase poder de ter. Além disso, encomendávamos roupa e ganhávamos um conjunto de tupperwares. Acho que isso ainda acontece. Uma vez, encomendei e comprei lá umas botas. Estavam com 50% de desconto. Desesperada, pedi logo a uma amiga que mas mandasse vir (ela é que trata disso). Fiquei toda contente por ter conseguido aquele preço e o meu número. A verdade é que se mantiveram assim durante meses. Ainda deu tempo de as calçar vezes e vezes. Ainda deu tempo de uma amiga se apaixonar por elas. E comprá-las. De que me queixo eu? Que se deixem estar descontados. Hoje trago algumas coisas que me saltaram à vista e que servem. também, de inspiração! Duas das grandes paixões das gajas. Carteiras e sandálias.


 Carteiras | 63.99€ |59.99€ | 50.99€ | 19.99€ | 17.49€ | 49.99€
Sapatos 24.98€ | 25.79€ | 23.99€ | 32.99€ | 23.99€ | 26.99€ | 27.49€ | 44.99€ 


domingo, 17 de maio de 2015

A Primeira Vez

A Blogazine é descrita como "uma revista escrita por bloggers, para bloggers". Foi lançada, online, no dia 16 de Maio. O tema desta primeira edição foi "a primeira vez". Ao visitarem, podem encontrar esse tema explorado em diversas áreas. Esperemos que tenha imenso sucesso, a partir desta vez, que é a primeira!

Participei num concurso que pedia textos livres acerca do tema. Tive a sorte de o meu ser seleccionado. Falo da primeira vez que me vi ao espelho. É, sem dúvida, um momento brilhante nas nossas vidas. Podem lê-lo na página 77 da Blogazine. Espero que gostem! Do meu texto e do resto das publicações, que tenho a certeza que foram feitas com muita dedicação!
A Primeira Vez by Isa Mirtilo em Blogazine

sábado, 16 de maio de 2015

O amor é velho

Ontem vi o título deste vídeo. Estava na faculdade e tentei abri-lo. Não deu. Sim, a internet na minha faculdade é fantástica. Tão futurista que falha a toda a hora. Moving on. Ainda bem que não o consegui abrir. Já vos explico porquê. A um mês de se casarem, um casal participou no projecto "100 Years of Beauty: aging". Tiveram a oportunidade de se ver no futuro. Uma equipa de makeup transformou-os no seus "eu" em três idades: 50, 70 e 90 anos. Quando percebi do que se tratava, pensei: hum deve ser interessante. Adoro ver previsões físicas do futuro. Cheguei a casa e carreguei no play. Obrigada santa internet por não me teres deixado ver isto em público. Digamos que o vídeo me tocou mais do que estava à espera. É magnífico ver como eles reagem um ao outro. Claro que nunca saberemos o seu verdadeiro aspecto, o desenvolvimento da sua relação e comportamentos. Assim como não saberemos se chegam lá juntos, vivos ou mortos. Não importa. Para mim, que não peço muito, o amor que nutrem agora, foi suficiente para largar algumas lágrimas. Aquilo que mais me impressiona não é o aspecto físico. É pensar que duas pessoas podem percorrer, juntas, um caminho tão longo. Sei que cada um vai sentir uma emoção diferente. Pode ser um incentivo para os apaixonados. Uma depressão para os desapaixonados. Uma reflexão para quem está com alguém e afinal não quer estar. Indiferença para quem é indiferente a tudo. Pode ser tanta coisa. Também nos podemos afastar do conceito de amor eterno e pensar na família, nos amigos. Esses temos a certeza que nos vão ver envelhecer. E gostar de nós, quer sejamos velhos gaiteiros, velhos inconformados, velhos porcos e maus, velhos tão bonzinhos que enjoa, velhos restelenses, velhos anarquistas, velhos de direita, velhos histéricos, velhos carpideiros, velhos que fazem xixi em todo o lado ( c'est la vie), etc. Mas que nunca sejamos apáticos por vontade própria. E lembrem-se, se chorarem a ver o vídeo (como eu), digam que estiveram a cortar cebolas!



sexta-feira, 15 de maio de 2015

Pouca Tralha

Costumo usar carteiras pequenas. Não sou daquelas gajas que andam com a casa atrás. Tenho amigas assim. Cada vez que abrem a carteira, saltam de cabeça e navegam num mar que, sinceramente, já nem elas conhecem. Não vejo necessidade de andar com, literalmente, tudo na carteira. Mas não julgo. Andem à vontade com os talheres e com o aspirador ao braço! Estas são as coisas essenciais para o meu dia-a-dia. Um livro. Neste caso, O Livro das Ilusões do Paul Auster. Mais tarde, falarei dele. Um sketch book para ir desenhando isto e aquilo. Um bloco de notas para apontar tudo e mais alguma coisa. O telemóvel, sempre em silêncio. Por isso é que raramente atendo chamadas. Ou então, é de propósito. Não sei. Uma bic e uma caneta de gel (para desenhar). Uma pen inception de tralhas. Um isqueiro/lanterna. Não fumo, mas pode dar jeito. A luz é sempre necessária. Um batom Labello de melancia. Apesar de algumas pessoas não gostarem, eu acho que deixa os lábios bem hidratados. Um batom Essence nude, para finalizar. Um potinho de Nivea. "A Nivea faz bem a tudo". Um elástico para o cabelo daqueles que não deixa marca, mas, com um bocado de azar, até deixa. Uns phones para o telemóvel ou PC. Um pacote de lenços. Tenho sempre. Sempre, sempre, sempre. E, por fim, a carteira (Parfois), cheia de cartões, mais tralhas e vazia de dinheiro. Com esta descrição, até parece que me esqueci da fotografia. E vocês? Trazem muita ou pouca coisa neste mundo fascinante que é a carteira?



quinta-feira, 14 de maio de 2015

Grand Central

Grand Central 2013 Rebecca Zlotowski

No filme Grand Central, o jovem Gary, que nunca andou de mãos dadas com a sorte, começa a trabalhar numa Central Nuclear em França. É um trabalho de risco. Mas, pelo menos, é um trabalho. Os homens e mulheres que lá trabalham vivem numa pequena comunidade, à qual Gary se junta. Alertam-no para que tenha cuidado pois, no núcleo dos reactores, o nível de radiação aumenta. Ao mesmo tempo, sentem-se orgulhosos por levar a energia até às pessoas. Pois. A bela Karole compara o efeito da dose de radiação ao seu beijo. Diz-lhe : Vês? Sentiste tudo. Medo. Inquietação. Visão desfocada. Tonturas. Pernas bambas. É a dose. É o efeito da dose. Apaixonar-se por ela é, talvez, a sua maior contaminação. Tanto na central nuclear como na relação que desenvolvem, todos os dias passam por um constante perigo. Cria-se uma excelente analogia entre o amor e o perigo de vida. Há séculos que estas duas coisas vivem juntas. 
Entre alguns acidentes, Gary tem poucas oportunidades para continuar o seu trabalho. O seu nível de radiação deve estar sempre baixo. Caso contrário, será despedido. Ele e todos aqueles que não cumprirem as normas. Quando os níveis são muitos altos, ouvimos choros e desespero. Mas, não fazemos ideia do seu motivo. O que é pior? Perder um emprego, que, por muito mau que seja, nos sustenta, ou ter radiação no corpo? Não pergunto qual o melhor. Apenas, qual o pior? 

Tahar Rahim (Gary ) & Léa Seydoux (Karole)
Adorei este filme. É de uma simplicidade extrema, o que o torna bastante complexo. Aborda uma realidade que raramente nos ocupa o pensamento. Mostra-nos a vida de quem a arrisca todos os dias. Além disso, identificamo-nos com um amor impossível que não pede muito. Basta sê-lo. Como os Faith No More cantam na música We Care a Lot: well, it's a dirty job but someone's gotta do it.