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domingo, 12 de abril de 2015

1984

1984 George Orwell, 1949. E se vivêssemos num mundo onde tudo o que fazemos é controlado? Um mundo onde a tecnologia e o totalitarismo dos partidos permitissem e incentivassem uma vigilância permanente. A distopia de Orwell aborda essas questões. Cria uma sociedade no ano de 1984 controlada por um regime totalitário. Os cidadãos eram manipulados através da língua. Foi criada a Novilíngua que, estando ainda em construção, tinha como principal objectivo apagar do vocabulário todas as palavras que se opusessem ao regime. Além disso, certas palavras foram “compactadas” para que pudessem ser usadas em diversos sentidos. Até o pensamento era controlado. Que ninguém se atravesse a duplopensar. Ou seja, a ter convicções contraditórias ao partido. Nas suas casas havia monitores com câmaras que permitiam, ao mesmo tempo, ver e ser visto. A sua vida privada era pública. Ninguém estava sozinho. E, não fosse já isso terrivelmente assustador, ainda tinham que assistir à propaganda do partido que passava, vezes sem conta, no televisor. No livro, temos como exemplo a vida de Winston Smith, que tinha como trabalho alterar documentos literários e públicos para que nunca existissem, na história, falhas e promessas incumpridas do partido. A verdade era imposta apenas pelo partido. Se o partido afirma que 2+2=5, então nem a matemática pode vir dizer o contrário. Farto de ser uma ovelha com um macacão azul, tentou fugir ao rebanho e revoltar-se contra todas as imposições do partido. Será possível?


Há tanto para dizer acerca deste livro que nem me vou alongar muito mais. Espero que se sintam inspirados para o ler. Penso que Orwell queria deixar bem claro que, em 1949, a sociedade podia correr perigo caso outras posições extremistas se levantassem e tornassem eternas. Sem querer entrar em teorias da conspiração, pergunto-me se Orwell não estaria, em parte, certo. Não em 1984. Mas algures no futuro de agora. Neste futuro que estamos a construir. Neste futuro que tantos estão a corromper, marginalizar e controlar. Tentam fazê-lo fechados numa caixa. Mas nós sabemos que essa caixa é tão aberta como a janela de esperança que queremos para a nossa vida. Será que Orwell se enganou na sua previsão utópica? Estaremos à espera de um 2084?Espero sempre saber que 2+2=4. Mas, mesmo assim, Big Brother is watching you.


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