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terça-feira, 7 de abril de 2015

Mr Nobody

Drama. Ficção Científica. Mr Nobody é dos filmes com mais destaque nas minhas preferências. A primeira vez que vi, em 2009, deixou-me profundamente marcada e pensativa. A partir daí recomendo-o a toda a gente que não se importe de o ver mais que uma vez. Não ficamos satisfeitos com a primeira. Para alguns, por ser confuso. Para outros, por ser tão belo que o seu fim não devem ser os 141 minutos de duração que tem. Para mim, porque me faz apreciar os pormenores e repensar certos temas.
Nemo Nobody tem 117 anos. Estamos em 2092 e ele é o último mortal da Terra. Todos os outros beneficiam da imortalidade, conseguida através da ciência. Por ser o único, é tratado como uma raridade pela sociedade e, sobretudo, pelos media que fazem de tudo para conhecer o seu passado. Através da hipnose e algumas conversas, Nemo vai contando momentos da sua vida mas nunca de um modo linear. O seu discurso não anda de mãos dadas com a lucidez. Criam-se várias narrativas que representam as várias escolhas de Nemo. Ou seja, tudo aquilo que conta não passa de uma amostra do que poderia ter sido. Por exemplo, quando Nemo tem nove anos, são-nos apresentadas duas narrativas aquando do divórcio dos pais: ficar com a mãe; ficar com o pai. O mesmo acontece relativamente às três mulheres da sua vida. Três experiências completamente diferentes. Depressão, dinheiro, amor. Acabamos por escolher a que mais se identifica connosco. Porque o filme pode acabar mesmo aí: nas nossas escolhas. Aquilo que é certo ou errado para nós.

A beleza desta história está na imensidão de escolhas que podem ser feitas ao longo da nossa vida. Ou então, não escolher de todo…O filme também faz referência a várias teorias. Por exemplo, a teoria do caos e o efeito borboleta. Vagamente, pequenas mudanças hoje podem implicar grandes alterações no futuro. O real e o surreal juntam-se para criar um dos melhores filmes (para mim, para mim) acerca da vida…humana. A fantasia mantém-nos vivos.


Mr. Nobody is everyone and no one all at the same time, an illusion, the product of his own dreams. He's love, he's hope, he's fear, he's life and he's death Jared Leto

Mr Nobody 2009  Jaco Van Dormael

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