Há momentos na vida em que o
tempo passa sem passar. Longos ou curtos, os dias transformam-se em agonia, ou
alegria. Nesses dias ou momentos, a coisa mais estúpida serve de inspiração.
Nada há para fazer. A natureza mantém-se viva e os homens e mulheres não são
dignos de importância. Então escreve-se, rabisca-se e volta-se a escrever. Uns
usam palavras “caras”, outros dão-se a conhecer, e outros escrevem porque lhes
pedem e porque o devem fazer. Não há poetas. Há pessoas e mais pessoas, felizes
e infelizes, que do vazio da sua mente, deixam escapar pensamentos que
partilham com o mundo. Chamo-lhe ser solidário numa altura em que quase ninguém
tem coragem de o ser. Então ser poeta é ser demente? Parte à procura da
partilha, não da felicidade. Ainda assim, são e somos capazes de elevar o
espírito, arrepiar a espinha e de, em dias em que o tempo não passa, fazer o
tempo passar…
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